Reumo
          
          
            A Revolução Verde trouxe consigo a difusão de novas práticas agrícolas, como a utilização de fertilizantes, agrotóxicos e demais maquinários. Se por um lado a modernização trouxe a maior produtividade para alguns produtores, por outro enfraqueceu aqueles que não detinham recursos para adquirirem essas tecnologias. Assim, as consequências sociais se alastraram, gerando também conflitos econômicos e ambientais; abrindo espaço para emergência de novos sistemas, como os agroecológicos, dentre os quais a agricultura orgânica é a mais reconhecida. A indústria vinícola brasileira vem buscando inovação, e já representa o 16º produtor mundial. A certificação torna-se fundamental na comercialização de produtos orgânicos, pois o consumidor não consegue verificar a veracidade dessa informação por si próprio. Para identificar como os custos de transação influenciam na governança do vinho orgânico certificado, realizou-se uma pesquisa exploratória, contando com entrevistas em profundidade em duas vinícolas que comercializam vinho orgânico certificado na Serra Gaúcha (RS). Os resultados demonstram que nessa produção orgânica os agentes se baseiam em relações contratuais, devido a especificidade dos ativos envolvidos e, onde a incerteza e os riscos de uma transação não efetivada ou malsucedida são irreparáveis. Assim, o gerenciamento adequado da produção orgânica torna-se fundamental para evitar conflitos de interesse.