Resumo

Essa pesquisa busca contribuir para o campo da Economia no que tange a articulação de grupos de produtores, a partir da cooperação entre instituições públicas e privadas, para a construção do desenvolvimento solidário e sustentável a fim de solucionar problemas sociais, entre eles: o desemprego, o êxodo rural, a fome e a exclusão social.

O objetivo deste artigo é descrever como o Projeto Esperança, em Santa Maria/RS, o qual desenvolve ações baseadas na solidariedade, na geração de trabalho e renda, influenciou o surgimento do Grupo de Artesãs a partir da articulação em rede de diferentes formas de organização: Associativa, Cooperativada, Grupos Informais, etc. O coletivo de mulheres tem princípios e práticas de cooperativismo diferenciado do modelo capitalista convencional, sendo classificado como Empreendimento Econômico Solidário, o que se define ainda mais medianteo mapeamento de ssuas qualidades intrínsecas.

Economia Solidária está fundamentada na organização da produção, do financiamento, das trocas e do consumo no princípio da reciprocidade em articulação com os mercados de redistribuição e de autossuficiência, sendo permeada pelas relações de cooperativismo e solidariedade as quais mantém. Esse tipo de empreendimento, ressalta que a eficiência econômica está relacionada à igualdade e à autogestão, e a não aceitação da lógica instrumental do modelo hegemônico atual.

A metodologia empregada neste trabalho é de cunho exploratório e qualitativo. Quanto a coleta de dados, a pesquisa é classificada como bibliográfica e estudo de caso. O estudo foi desenvolvido a partir de dados primários obtidos nas entrevistas com as associadas. Posteriormente, a pesquisa utilizou dados secundários, revisitando a literatura pertinente ao Cooperativismo e Economia Solidária. Para o tratamento dos dados, realizou-se uma análise crítica e sistemática das informações levantadas sobre o empreendimento, utilizando-se também de dados secundários sobre a literatura.

O estudo de caso possibilitou a geração de conhecimento referente a viabilidade de uma comunhão entre Empreendimentos Sociais e demais instituições como forma de fortalecimento de suas potencialidades, expansão da produção, compartilhamento do saber, a partir do fomento a uma mentalidade coletiva em prol da criação de oportunidades e promoção de uma vida mais digna. Com a pandemia a nível global provocada pelo Covid-19 no ano de 2020, um exemplo de ação e comprometimento com tais valores é a adaptação dos trabalhos do grupo para a produção de máscaras e sabão ecológico para doação.

Projetos de natureza social, que buscam combater o quadro de exclusão e pobreza, são importantes agentes da promoção de (re)conhecimento de oportunidades e inclusão de pessoas em redes de apoio a partir da valorização do indivíduo e de suas habilidades, sejam elas sociais ou profissionais. A efetividade do fomento ao empreendedorismo social, cuja proposta de valor está alicerçada na motivação coletiva e no valor social da produção de bens e serviços, é observada nos resultados geradores de mudanças socioeconômicas protagonizadas coletivamente pela participação da comunidade e associados.

FISCHER, A. Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de pessoas. In: Fleury, M. (Org.). As pessoas na organização. São Paulo: Editora Gente, 2002. GAIGER, L.I. Antecedentes e expressões atuais da economia solidária. Revista Crítica de Ciências Sociais, 84:81-99, 2009. Disponível em: MOURA, A. M. Facilitadores e dificultadores na implementação de um negócio inclusivo em três países de diferentes continentes. 2011. POLANYI, K. 1983 [1944]. La Grande Transformation. Aux origines politiques et économiques de notre temps. Paris: Gallimard.