Resumo

Questões ambientais, sociais e de governança (ESG) podem influenciar o desempenho das carteiras de investimento. Estudo da Bloomberg (2018) sinaliza a incorporação da sustentabilidade às estratégias das firmas, o que se reflete no aumento das práticas de disclosure dem relatórios de sustentabilidade. No setor financeiro, além dos interesses comerciais, os objetivos sociais, ambientais e de direitos humanos vêm ganhando papel dominante (Lentner et al., 2015). Assim, emerge a atuação responsável do setor bancário, definida pela Iniciativa Financeira do United Nations Environment Program.

O estudo apresenta como objetivo analisar os investimentos responsáveis realizados por instituições financeiras ao redor do mundo no período da pandemia. Para tanto, descreve o perfil das empresas por tipo de atividade, proveniência e tipo de ações durante a pandemia como suporte aos clientes em geral, funcionários, stakeholders, MPEs e públicos específicos. Ainda, compara iniciativas em relação ao continente de onde provem esses bancos e se sua vinculação aos princípios de sustentabilidade afeta essas realizações.

Em investimentos responsáveis, a iniciativa Princípios para Investimento Responsável (PRI) representa um dos projetos de grande relevância lançado pelo Pacto Global das Nações Unidas e pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Gond; Piani, 2012). A prática dos bancos signatários de Princípios para um Banco Responsável (PRB) se alinha com a visão que a sociedade estabeleceu para o seu futuro nos ODS. Incorporam a sustentabilidade nos níveis estratégico, de portfólio e transacional, e estão em consonância com os Fatores ESG.

Pesquisa exploratória, descritiva, quantitativa e transversal. A pesquisa identifica 324 instituições membros, listadas no sítio institucional da UNEPFI, que representa a amostra analisada. A seguir foi verificado existência de instituições signatárias e não-signatárias dos Princípios para um Banco Responsável (PRB) sendo adequado avaliar a divergência ou convergência das ações quanto às iniciativas de finanças sustentáveis e investimentos responsáveis entre tais instituições. Para tanto foi adotado o adotado o teste chi-quadrado para comparar a ações estudadas mediante frequência.

Os resultados apontam diferença entre as Instituições financeiras participantes do UNEP FI. A verificação dessas empresas mostrou que estão listadas como membros 324 instituições, das quais 187 (57,7%) são signatárias dos PRB, 44,1% apresentam suas ações de responsabilidade social em relatórios formais de sustentabilidade e apenas 20,7% atuaram na crise do COVID19 com ações de suporte à sociedade e comunidade. Observa-se que há diferença nas frequências, contudo, deseja-se saber se é estatisticamente significativa.

Não há membros com atuação na crise do COVID19 entre os não-Signatários do PRB, o que reflete diferença entre práticas. A análise evidencia atuação dos signatários-PRB. As instituições financeiras signatárias dos PRB contribuem igualmente com seu apoio à sociedade na Pandemia. A pesquisa contribui ao prover uma visão global e estruturada do tema, apresentando o perfil das empresas do setor financeiro que aderem às diretrizes de finanças sustentáveis nas diversas regiões do mundo e descreve os investimentos de impacto social e ambiental realizados pelos signatários dos PRB durante o COVID19.

YOSHIDA, Consuelo Y.M.; KISHI, Sandra A. S; PIAZZON, Renata S.; VIANNA, Marcelo Drügg B.(2017). Finanças Sustentáveis e a Responsabilidade Socioambiental das Instituições Financeiras. Belo Horizonte: Fórum Força Tarefa Brasil - Finanças Sociais. FTFS. O-Papel-de-Bancos-de-Desenvolvimento-no-Campo-das-Financas-Sociais. Outubro 2014. disponível em file: http://forcatarefafinancassociais.org.br/wp-content/uploads/2015/01/2014_10_15-Paper-FT-O-Papel-de-Bancos-de-Desenvolvimento-no-Campo-das-Financas-Sociais.pdf. Acesso em julho/2020.