Reumo
O modelo de produção linear, em que os materiais são extraídos da natureza, utilizados e depois descartados como lixo, foi responsável pela geração de 78 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil no ano de 2014, dos quais estima-se que 51,4% sejam orgânicos. Apesar da aprovação da PNRS que dispõe sobre a elaboração de planos e metas voltados ao reaproveitamento de recicláveis e resíduos orgânicos, visando evitar que grandes volumes sejam despejados em aterros sanitários ou lixões, muitos municípios ainda não têm plano de gestão de resíduos. No caso específico dos resíduos orgânicos urbanos, apenas 1,6% voltaram ao ciclo biológico no ano de 2011 e, desde então, não foram registrados aumentos significativos destas taxas. O presente trabalho apresenta uma análise das diversas iniciativas voltadas à valorização dos resíduos orgânicos em Florianópolis, destacando o papel dos órgãos públicos, da comunidade e das empresas privadas, bem como identificando as tecnologias de tratamento de resíduos orgânicos usadas e os volumes processados. Dentre os resultados obtidos, os dados permitem estimar que o volume de resíduos tratados nestas iniciativas representa cerca de 5% dos resíduos orgânicos gerados na cidade. O artigo também ressalta a necessidade de mudanças na legislação para incentivar a valorização destes resíduos e destaca o papel da Universidade na disseminação das técnicas de compostagem em Florianópolis.