Resumo

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determinou os objetivos, instrumentos, diretrizes e responsabilidades na gestão integrada dos resíduos sólidos (Brasil, 2010), dentre eles, dos resíduos dos equipamentos eletroeletrônicos. De forma inovadora, a PNRS trouxe pela primeira vez direcionamentos para o tratamento os resíduos eletroeletrônicos e todos seus componentes (Guarnieri, 2013) e, também, a obrigatoriedade de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes em estruturar e implementar sistemas de Logística Reversa para retorno dos produtos após o consumo (Brasil, 2010).

O aumento da produção e do volume de vendas dos equipamentos exige uma preocupação em entender o que fazer com os mesmos e fazendo-se necessário verificar junto aos consumidores das empresas fabricantes e revendedoras de eletroeletrônicos da linha verde o alinhamento destas empresas com as práticas de Logística Reversa (LR) existentes nestas empresas. Assim, propõe-se analisar as práticas de LR dos fabricantes e revendedores de eletroeletrônicos da linha verde no Brasil com base na percepção dos consumidores e análises dos websites.

Rogers e Tibben-Lembke (1998) definem a LR como o processo pelo qual se planeja, implementa e controla de forma eficiente o fluxo de matéria-prima do ponto de consumo até o ponto de origem para recaptura de valor ou para eliminar adequadamente. Para Xavier e Carvalho (2014) há dificuldades na gestão dos os resíduos eletroeletrônicos (REEE) em decorrência do aumento da quantidade e variedade de eletroeletrônicos disponibilizadas no mercado. Mendes (2016) afirma que há risco de sobrecarga ao meio ambiente se não forem reaproveitados todos os materiais e recursos naturais que compõem os REEE.

O instrumento de pesquisa foi um questionário com perguntas fechadas, elaborado a partir de outras pesquisas, recebendo adaptações a fim de atender os objetivos desta pesquisa. O questionário apresentou questões de caráter objetivo, de múltipla escolha e, a maioria por afirmações avaliadas pela escala Likert de 5 pontos. Foi avaliação por juízes, antes da aplicação. A amostra da pesquisa foi consumidores de qualquer eletroeletrônico da linha verde no Brasil.Para a análise das informações sobre LR constantes nos websites foi utilizado o codificador de Demajorovic et al. (2012) com adaptações.

Percebeu-se que com os questionários que os consumidores não descartam seus eletroeletrônicos adequadamente, já que acabam guardando, doando ou vendendo quando obsoletos. Associa-se este comportamento à falta de informações suficientes nos websites de algumas empresas ou pela divulgação em outros meios sobre como realizar o descarte correto, atrelada também à falta de atitude por parte dos consumidores de buscar estas informações. Além disso, os respondentes demonstraram que preferem meios mais fáceis de se desfazer dos eletroeletrônicos antigos.

Com a análise dos websites das empresas observou-se que todas as empresas fabricantes de eletroeletrônicos da linha verde possuem programas de LR. Já com relação as empresas revendedoras, foi observado que apenas três das cinco empresas analisadas possuem programas de LR. Em relação aos consumidores destas empresas foi possível observar, também, que ainda é necessário que as informações sobre as práticas e ações destas empresas estejam melhores dispostas nos websites para garantir que todos os consumidores que os visitem possam ter fácil acesso a elas.

Mendes, H. M. R. (2016). Gestão da Logística Reversa de Eletroeletrônicos: Conceitos, Princípios e Desafios. Revista Em Gestão, Inovação e Sustentabilidade, 0(2), 61–80. Xavier, L. H., Carbajosa, J. R., Guarnieri, P., & Duarte, G. M. (2013). Sistema de Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos?: Breve Análise da Gestão no Brasil e na Espanha. In 4 Forum Internacional de Resíduos Sólidos.