Resumo

Título do Artigo

O MAIOR ENGAJAMENTO DA FIRMA COM AS PRÁTICAS DE RSC PROPICIA MELHOR DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO E OPERACIONAL?
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Tema

Indicadores e modelos de mensuração da sustentabilidade

Autores

Nome
1 - José Glauber Cavalcante dos Santos
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
2 - EMANOELLE DOS SANTOS RUMEU
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEEAC
3 - Fernanda Almeida de Castro Pacheco Nogueira
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAAC
4 - Nayana de Almeida Adriano
Universidade de Brasília - Contabilidade
5 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará Responsável pela submissão

Reumo

A cada ano que passa, as firmas têm direcionado recursos para atividades derivadas de estratégias com foco na RSC, contemplando, por exemplo, tecnologias ambientais mais limpas, programas de desenvolvimento de colaboradores e de agentes da comunidade, ações filantrópicas e práticas de governança corporativa (Hong, Kubik, & Scheinkman, 2012). Contudo, a maior controvérsia circunda os fundamentos econômicos, já que, para essa vertente teórica a preocupação com a RSC está atrelada à busca por melhor desempenho econômico-financeiro futuro da firma.
As atividades de RSC podem demandar recursos que resultarão em impactos negativos no lucro líquido e no fluxo de caixa no curto prazo. Entretanto, no longo prazo a RSC poderá gerar benefícios econômicos que contrabalanceiam os efeitos negativos de curto prazo. Este estudo busca responder à seguinte questão: O maior engajamento das firmas brasileiras com as práticas de RSC lhes propiciam melhor desempenho econômico-financeiro e operacional? Objetiva-se analisar como o engajamento com práticas de RSC relaciona-se com o desempenho econômico-financeiro e operacional nas firmas listadas na B3.
Segundo McWilliams e Siegel (2000), sob a concepção corporativa e estratégica os investimentos em RSC funcionam como meio de diferenciação da firma e de seus produtos. Há duas correntes teóricas opostas acerca da principal função-objetivo da firma. A Teoria dos Shareholders preconiza que o altruísmo corporativo, não faz parte da principal função-objetivo da firma (Friedman, 1970). Enquanto a Teoria dos Stakeholders preconiza que os investimentos voltados para o engajamento com RSC têm compromisso ético e social, corroborando a hipótese de caridade corporativa (Lys et al., 2015).
A população da pesquisa reuniu as empresas listadas na B3 com dados disponíveis para análise referentes ao período 2013-2017. Após excluídas as firmas do setor financeiro, a análise recaiu sobre uma amostra de 381 empresas. A fonte de dados utilizada foi a Compustat®. O grau de envolvimento das firmas com práticas de RSC foi mensurado pelo indicador CSRHub®. As regressões lineares em painel passam por uma abordagem ampla e outra restrita dos dados. Além da regressão linear em painel, em análise preliminar, empregados a estatística descritiva e testes de correlação.
Os resultados da pesquisa sugerem questões pertinentes para reflexão, como, por exemplo, a utilização estratégica da RSC como recurso de diferenciação. Sendo possível obter benefícios econômico-financeiros por meio do comprometimento da firma com ações ambientais e sociais, seu gestor pode gerenciar a escassez de recursos visando à maximização dos resultados e ao mesmo tempo atender aos interesses de shareholders e stakeholders. Os resultados também apontaram que o desempenho corrente superior pode influenciar a RSC.
A pesquisa destacou evidências que sugerem a aceitação da hipótese H1 – O engajamento das firmas brasileiras com práticas de RSC influencia positivamente o seu desempenho econômico-financeiro e operacional. Portanto, conclui-se que a RSC deve afetar o ROA e o FCO das firmas, ratificando a importância da investigação realizada. Os achados do estudo ajudam a compreender os efeitos da estratégia de RSC das firmas do Brasil considerando-se a incerteza e os riscos inerentes a tais atividades, auxiliando a compreender o papel das diferentes práticas de RSC para a melhoria do desempenho corporativo.
Friedman, M. (1970). The social responsibility of business is to increase its profits. The New York Times Magazine. September 13, 1970. Lys, T., Naughton, J. P., & Wang, C. (2015). Signaling through corporate accountability reporting. Journal of Accounting and Economics, 60(1), 56-72. McWilliams, A., & Siegel, D. (2000). Corporate social responsibility and financial performance: correlation or misspecification? Strategic Management Journal, 21, 603-609.