Resumo

Antes da declaração da pandemia na região norte do Brasil já se encontrava em grande vulnerabilidade econômica com grande número de pessoas desempregada, fome, falta de saneamento básico, moradia, educação de baixa qualidade, abastecimento de água potável, saúde, condições e garantias de emprego e demais direitos definidos constitucionalmente, levantando a necessidade da implementação de políticas públicas desenvolvimentistas regionalizadas para reduzir as vulnerabilidade regionais.

Este artigo tem como objetivo analisar as vulnerabilidades socioeconômicas da Região Norte do Brasil agravadas pela Covid-19. E apresentamos como problemática a ideia de que as regiões mais vulneráveis seriam as que mais sentiriam os efeitos da pandemia dada sua situação social, econômica e ambiental.

A Fome e a Desnutrição no Mundo e na América Latina O combate à fome e a desnutrição mundiais fazem parte da agenda de discussões da ONU desde o pós-guerra, através da criação da FAO e hoje compõem um dos 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável, via Agenda 2030 e Mapa da Fome. Vulnerabilidade: para Monteiro (2011), o tema da vulnerabilidade social não é novo, uma vez que essa terminologia vem sendo usualmente aplicada por cientistas sociais de diferentes disciplinas há bastante tempo. O tema caracteriza-se por um complexo campo conceitual, constituído por diferentes concepções e dimensões.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental como meio de investigação, a partir de fontes secundárias, de publicações impressas ou disponíveis na Internet de natureza qualitativa, que, a partir dessa base teórica, optou-se por apoiar-se também na pesquisa do tipo descritiva, que tem como função principal a análise do objeto, buscando descrever o estado da arte nos temas escolhidos.

A Região Norte do Brasil precisa ser assistida para que a população que nela habita possa usufruir dos mesmos direitos constitucionais que os habitantes das demais regiões brasileiras, em especial das Regiões Sul e Sudeste do país que historicamente apresentam os melhores indicadores e são consideradas as regiões menos vulneráveis do Brasil apesar de também apresentarem problemas. Medidas elaboradas pelo governo, através de políticas públicas são constantemente analisadas, pelo fato de no começo da medida se mostrar eficiente e ao longo dos anos apontar um novo agravante na crise.

De acordo com a ONU (2020), a Pandemia reforça as desigualdades da população mais vulnerável do Brasil e exige ações imediatas para reforçar a proteção social a esses grupos que serão mais impactados. Sendo o Brasil um dos países mais desiguais do mundo e neste contexto de pandemia, as diferenças de acesso dos brasileiros à proteção social, serviços públicos de saúde e trabalho que possibilite a geração de renda ficam ainda mais evidentes. Isso porque a falta de serviços públicos básicos é um problema de longa data no Brasil, mas nunca foi devidamente levada em consideração pelo Estado.

CASTRO, J. Geografia da Fome. 2. ed. Rio de Janeiro: Antares, 1946. KATZMAN, R. Vulnerabilidad, activos y exclusión social en Argentina y Uruguay. Santiago de Chile, OIT- Ford. 1999. ONU. Mapa da Fome. Disponível em: https://nacoesunidas.org/fao-fome-aumenta-no-mundo-e-afeta-821-milhoes-de-pessoas/. Acesso em: 24 de janeiro de 2019. SCHUMANN, L. A multidimensionalidade da construção teórica da vulnerabilidade: análise histórico-conceitual e uma proposta de índice sintético. 2014. 165 p. Dissertação – CEAM - UNB, Brasília, 2014. Disponível em: http://repositorio.unb.br. Acesso em: 15 out 2019.