1 - Maria Maryana de Oliveira Soares Universidade Federal de Pernambuco - Universidade Federal de Pernambuco
2 - Patrícia de Oliveira Campos - Universidade Federal de Pernambuco - Programa de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo
Responsável pela submissão
3 - Anna Karolina Gonçalves de Farias Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste
4 - Marconi Freitas da Costa - Programa de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo - PPGIC, Universidade Federal de Pernambuco
Reumo
O consumo consciente de água, já há algum tempo, é pauta não só no campo científico, mas sobretudo uma preocupação dos tomadores de decisões (Lucas & Cordery, 2019). Todavia, uma parcela significativa da população já não possui abastecimento suficiente e em condições ideais para uso diário (Garcia et al., 2019). Esse cenário implica na necessidade de monitoramento da produção científica sobre a temática com o intuito de verificar, em especial, quais os antecedentes do seu uso consciente. Pode-se, assim, refinar e guiar a sua construção teórica, bem como subsidiar políticas públicas assertivas.
O consumo consciente de água tem sido analisado por diversas áreas, sobretudo no campo do comportamento do consumidor (e.g. Untaru, Ispas, & Han, 2020). Apesar disso, a literatura nesse campo, em particular, parece escassa e fragmentada. Por esse motivo, busca-se por meio deste estudo prover um panorama das pesquisas acerca do tema no campo do comportamento do consumidor com o intuito de avaliar o seu percurso teórico e elaborar uma agenda de pesquisa.
O consumo consciente de água está relacionado ao processo de tomada de decisão dos indivíduos, no qual há a ponderação dos impactos de suas ações nas esferas ambiental, social e econômica (Fan et al., 2014). De acordo com os autores, diversos aspectos podem atuar como promotores para que a população passe a adotar esse tipo de consumo, dentre eles: motivos externos e motivos inerentes ao indivíduo, como as percepções e atitudes ambientais.
Para o alcance do objetivo proposto, conduziu-se uma revisão sistemática da literatura aliada a uma análise bibliométrica em uma abordagem multimétodo.
Em síntese, revela-se por meio dos resultados que há uma fragmentação teórica e escassez de pesquisas sobre o fenômeno. Há uma predominância de pesquisas em países desenvolvidos; logo, recomenda-se que estudos futuros se voltem para economias emergentes. Além disso, novas pesquisas podem analisar amostras com participantes mais jovens, avaliar os efeitos reversos de programas de incentivo à redução do consumo de água e o papel do sacrifício percebido nesse contexto. Por fim, elucida-se a necessidade de consolidação de escalas para mensurar o consumo consciente de água.
À guisa de conclusão, destaca-se que este estudo alcançou seu objetivo principal de promover um panorama sobre o consumo consciente de água e elaborar uma agenda de pesquisa. Por meio dos resultados, conclui-se que é possível ampliar a discussão e intensificar estudos que se dediquem a traçar os preditores do consumo consciente de água. A partir do aumento de pesquisas sob essa perspectiva, em cenários diferentes, será possível chegar a conclusões mais precisas e, por conseguinte, genéricas sobre o comportamento dos consumidores nessa esfera.
Lucas, N. & Cordery, I. (2019). Effects of heightened price awareness on urban water consumption. Australasian Journal of Water Resources, 129-136. Garcia et al. (2019). Identifying the drivers of water consumption in single-family households in Joinville, Southern Brazil. Water. Untaru et al. (2020). Exploring the synergy between customer home?based and hotel?based water consumption and conservation behaviors: An empirical approach. Journal of Consumer Behaviour, 542-555. Fan et al. (2014). Public Perception of Water Consumption and Its Effects on Water Conservation Behavior. Water, 1771-1784