Resumo

As inovações sociais parecem se constituir como o meio ideal para a realização das transformações exigidas pelos desafios sociais e ambientais da sociedade (ANDRADE; PINTO, 2017). A definição da inovação social predominante na literatura diz respeito a novas soluções para as exigências não ou mal atendidas e podem ser subdivididas em três abordagens, políticas públicas, espírito empresarial social e a abordagem pelo desenvolvimento participativo (GREGOIRE, 2016).

A literatura sinaliza que se trata de temática em desenvolvimento, sendo assim ainda é necessário explorar cientificamente inovação social (JULIANI,2014). Objetivo desse estudo contempla a elaboração de uma revisão sistemática da literatura para levantar dados sobre a produção científica sobre inovação social entre 2010 e 2020. Assim, delineia-se como problema de pesquisa: Como avançou a produção cientifica de inovação social dos últimos dez anos?

Para Diogo e Guerra (2013), a inovação social está baseada em 3 pilares estruturantes: à procura efetiva, relacionada a necessidade social, a oferta efetiva, que trata da ideia gerada para responder a essas necessidades, e a estratégia efetiva, que corresponde aos financiamentos e aos agentes envolvidos que favorecem a absorção da inovação social nos mercados. A inovação social contempla os princípios de satisfação das necessidades humanas, e empoderamento, mudanças de relações sociais de poder e a inclusão social (PACHECO, et. al, 2018).

O presente estudo adota uma revisão bibliográfica baseada nos artigos provenientes de uma revisão sistemática baseada em bibliometria. A técnica de bibliometria faz uso de métodos quantitativos para analisar as publicações cientificas (JULIANI, 2014). No entanto somente a contagem da produção científica não satisfaz todas as demandas atuais e, de acordo com Iizuka et.al (2016), há necessidade de incluir análises qualitativas utilizando-se técnicas como análise de conteúdo e discurso. Assim, o presente trabalho apresenta o resultado de análise quali-quanti.

Houve bom predomínio de autores que apresentaram em dupla seus trabalhos (47%) e, em seguida, a presença de trios de autores foi observada em 24% dos casos. Em um outro extremo, trabalhos com um autor representaram apenas 12% do total. O que indica que os autores buscam conhecimentos complementares para desenvolver artigos de inovação social. Observou-se uma concentração na produção científica em Santa Catarina pois dos 49 trabalhos 4 produzidos por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, três na Universidade Estadual de Santa Catarina e 1 no Instituto Federal Catarinense.

Na análise dos artigos foram coletadas 2002 referências bibliográficas pelas quais foi possível obter as obras mais citadas e os autores mais profícuos na área de estudo desta pesquisa. A principal contribuição desta pesquisa é o levantamento de lacunas para pesquisas futuras, políticas públicas e desenvolvimento de práticas. Onde pesquisadores, empresas e a sociedade civil podem se basear para desenvolver necessidades voltadas a inovação social. O periódico com mais publicação identificados nesta pesquisa é a Revista de Administração Mackenzie.

ANDION, Carolina et al. Sociedade civil e inovação social na esfera pública: uma perspectiva pragmatista. Revista de Administração Pública, v. 51, n. 3, p. 369-387, 2017. ANDION, Carolina; ALPERSTEDT, Graziela Dias; GRAEFF, Júlia Furlanetto. Ecossistema de inovação social, sustentabilidade e experimentação democrática: um estudo em Florianópolis. Revista de Administração Pública, v. 54, n. 1, p. 181-200, 2020. PINTO, Hugo. Recensão de Inovação social e consumo sustentável. CIDADES, Comunidades e Territórios, n. 40, p. 249-252, 2020.