Resumo

O intenso processo de urbanização das cidades brasileiras interferiu de diversas formas na mobilidade urbana. Uma delas foi o incentivo à prática da mobilidade ativa, com destaque aos meios de transporte que utilizam a força motora humana, como as bicicletas. Este estudo assume que um incremento nas taxas de usuários de bicicletas pode ser garantido a partir de uma qualidade da infraestrutura cicloviária adequada.

Entender a situação da infraestrutura das cicloestruturas de cidades é potencialmente útil para incentivar a adoção do modal no país. Para responder a essa questão, este estudo escolheu um caso específico representativo, com o objetivo de avaliar a qualidade da infraestrutura cicloviária da cidade de Lucas do Rio Verde, no estado de Mato Grosso. Para tanto, foi realizado um levantamento da rede cicloviária e operacionalizado o QualICiclo, um índice multidimensional para avaliação da infraestrutura cicloviária urbana.

De acordo com Gehl (2013), a mobilidade ativa propõe a redução da utilização de carros, corroborando para uma cidade mais sustentável e interativa. Além disso, garantir aos cidadãos uma nova configuração cicloviária para o uso de transportes alternativos pode ser uma das soluções rumo a uma referência ecologicamente correta de mobilidade urbana, como por exemplo a criação, ampliação, alargamento e reformulação de ciclovias e ciclofaixas e espaços compartilhados (EVERS et al., 2018).

O QualICiclo foi o índice escolhido para a avaliação da estrutura cicloviária da cidade. A pesquisa foi descritiva de caráter quantitativo e a coleta e interpretação dos resultados seguiram as recomendações apresentadas pelos desenvolvedores do modelo. Foram realizados o mapeamento atualizado da estrutura cicloviária da cidade e a avaliação a partir da escala proposta da interpretação dos resultados. Alguns ajustes metodológicos foram realizados, como a obtenção de consensos nas avaliações via julgamento por juízes e o emprego de biketrought.

Por meio desses valores percebe-se que as ciclovias de LRV apresentam infraestrutura adequada, mas investimentos principalmente em sinalização, sombreamento e iluminação, podem melhorar os índices e tornar a cidade mais atrativa para a mobilidade ativa. Como a categoria “segurança” possui fragilidades, devem ser aplicadas medidas para que sejam respeitados os limites de velocidade por parte dos cidadãos, principalmente nos cruzamentos, identificados como pontos críticos em que os ciclistas estão mais expostos a acidentes.

Aprimorar a qualidade da infraestrutura cicloviária torna as cidades mais ativas, ao mesmo tempo em que fornece oportunidades equânimes para conexões nos deslocamentos realizados. Sendo assim, o objetivo dessa pesquisa foi alcançado ao mapear e avaliar as ciclovias e ciclofaixas de LRV, no qual os resultados obtidos representam potencialidades do modal cicloviário que podem ser conduzidas para outras cidades semelhantes no médio-norte do estado de Mato Grosso.

BATISTA, Diogo G. P.; LIMA, Eduardo R. V. de. Índice de avaliação da qualidade de infraestruturas cicloviárias: um estudo em João Pessoa-PB. Revista Brasileira de Gestão Urbana, [S.l.], v. 12, abr. 2020. RIGO, Ivanilde. A. B.. Perfil socioeconômico de Lucas do Rio Verde: volume I. Lucas do Rio Verde: Prefeitura de Lucas do Rio Verde; Secretaria Municipal de Planejamento, Gestão e Finanças, 2016. KOSZOWSKI, C.et al, Active mobility: bringing together transport planning, urbanm planning, and public health. In: Towards User-Centric Transport in Europe. Springer, Cham,. p. 149-171,2019.