Resumo

Título do Artigo

ASSOCIAÇÃO ENTRE O DISCLOSURE DE RISCOS E A (IN) EXISTÊNCIA DE REPUTAÇÃO CORPORATIVA EM COMPANHIAS ABERTAS DO BRASIL
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Beatriz Alves dos Santos
Universidade Federal do Ceará - UFC - Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria - PPAC
2 - Anna Beatriz Grangeiro Ribeiro Maia
- Universidade de Fortaleza
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
- Universidade Federal do Ceará Responsável pela submissão

Reumo

As empresas têm utilizado o disclosure como uma forma de apresentar o seu relacionamento com o ambiente em que estão inseridas e assim conseguirem legitimar-se. Nesse escopo, a análise conjunta do disclosure de riscos e da reputação corporativa é relevante em virtude de ambos serem fundamentais para as estratégias empresariais, uma vez que o bom desempenho depende tanto de altos retornos como de baixos riscos. Desse modo, considerar a possível associação entre reputação corporativa e disclosure de riscos pode tornar a avaliação de desempenho mais completa.
A questão de pesquisa é: Qual o comportamento do disclosure de riscos não financeiros nas maiores companhias abertas do Brasil, considerando a (in) existência de reputação corporativa? O estudo tem como objetivo geral analisar a possível associação entre o disclosure de riscos não financeiros e a (in) existência de reputação nas empresas. Para tanto, buscou-se: identificar os fatores determinantes ao disclosure de riscos; analisar a associação entre o disclosure de riscos, a reputação e o setor de atuação; e examinar comparativamente o disclosure de riscos entre empresas com e sem reputação.
A teoria da legitimidade evidencia o atendimento de necessidades de vários interessados por meio de critérios que essas partes consideram aceitáveis e que foram construídos e legitimados socialmente, permitindo o estabelecimento ou manutenção da reputação (FOMBRUN; SHANLEY, 1990). Lopes et al. (2017) afirmam que a reputação pode ser vista como uma forma de evidenciar o comportamento das empresas. Ademais, sob ótica semelhante à desta pesquisa, estudos mostram que companhias com maior visibilidade apresentam mais divulgações sobre riscos (DELGADO-GARCÍA; QUEVEDO-PUENTE; DÍEZ-ESTEBAN, 2013).
A amostra reúne 118 companhias listadas na B3 e 345 Formulários de Referência de 2016 a 2018. A reputação corporativa foi analisada a partir da presença das empresas nas carteiras teóricas do ISE e/ou do ICO2 da B3, dos anos de 2016, 2017 e 2018, criando dois grupos: com reputação corporativa e sem reputação corporativa. Para o nível de disclosure de riscos, foi analisada a seção 4 (Fatores de risco) do Formulário de Referência do triênio 2016-2018, por meio de uma escala de 0 a 4, considerando um checklist com 31 fatores de risco, classificados em 4 subcategorias de riscos não financeiros.
A partir da Árvore de Regressão (CRT), evidenciou-se que os fatores de riscos da subcategoria de riscos de integridade apresentaram maior importância como determinantes do disclosure de riscos não financeiros. Por sua vez, a Análise de Correspondência Múltipla (ACM) revelou associações entre o nível de disclosure de riscos, a reputação corporativa e o setor de atuação das empresas. Ademais, a partir do teste T para amostras independentes, identificou-se que empresas com reputação corporativa apresentaram disclosure de riscos não financeiros superior às demais.
Os resultados evidenciaram que empresas com reputação apresentaram mais informações sobre os riscos não financeiros de forma geral em seus relatórios. Assim, a hipótese da pesquisa foi aceita. Como contribuição, destaca-se o estudo da reputação corporativa como uma variável que pode estar relacionada ao disclosure de riscos, sendo um indicativo de atenção para os investidores e mercado acionário em geral. Salienta-se que a divulgação de riscos não financeiros foi explorada tanto de forma geral quanto a partir das subcategorias, permitindo maior nível de detalhamento acerca do constructo.
BRAVO, F. Are risk disclosures an effective tool to increase firm value?. Managerial and Decision Economics, v. 38, n. 8, p. 1116-1124, 2017. DELGADO?GARCÍA, J. B.; QUEVEDO?PUENTE, E.; DÍEZ?ESTEBAN, J. M. The impact of corporate reputation on firm risk: a panel data analysis of Spanish quoted firms. British Journal of Management, v. 24, n. 1, p. 1-20, 2013. FOMBRUN, C. J.; SHANLEY, M. What's in a name? Reputation building and corporate strategy. Academy of Management Journal, v. 33, n. 2, p. 233-258, 1990.