Resumo

Título do Artigo

UM PANORAMA BRASILEIRO DA COMUNIDADE QUE SUSTENTA AGRICULTURA (CSA): UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DE ALIMENTOS E COMPORTAMENTOS DE SUSTENTABILIDADE
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Tema

Operações sustentáveis e Economia Circular

Autores

Nome
1 - MARIA GABRIELA M PEIXOTO
Universidade de São Paulo - USP - Escola de Engenharia de São Carlos Responsável pela submissão
2 - Gustavo Alves de Melo
Universidade Federal de Lavras - Departamento de Administração e Economia
3 - Maria Cristina Angélico Mendonça
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4 - Fátima Machado de Souza Lima
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5 - Samuel Borges Barbosa
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Reumo

O sistema de Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) se difundiu entre pessoas que prezam por uma alimentação saudável e padrões de produção sustentáveis (Amorim, 2018). As CSAs surgem a partir de parcerias entre agricultores e consumidores, onde há o compartilhamento de responsabilidades, riscos e benefícios da agricultura orgânica (Matzembacher e Meira, 2020). Frente a isso, os consumidores se tornam coprodutores com a função de financiar a produção, a partir da aquisição de cotas periódicas, bem como auxiliar em tomadas de decisões administrativas (Dong et al., 2019).
No Brasil, segundo dados do INPE (2021), houve um avanço na quantidade de áreas desmatadas em diferentes regiões do país nos últimos anos. Segundo Berchin et al. (2019), a busca por uma alimentação mais saudável tem sido uma preocupação recente dos brasileiros, sendo que apenas em 2016, o Brasil movimentou mais de R$ 93,6 bilhões em vendas nesse segmento. Diante disso, o presente estudo teve por objetivo realizar um apanhado das ações e programas de Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) no Sudeste do Brasil.
Dessa forma, a CSA nasce como um movimento contrário à prática de mercado das grandes corporações agroalimentares, que prezam pelo lucro e expansão de fronteiras agrícolas sem um cuidado adequado com a preservação do meio ambiente e qualidade de vida das famílias de agricultores (Dong et al., 2019; Matzembacher e Meira, 2020). A redução da cadeia de consumo possibilita a redução do valor final de alguns alimentos, sendo essa diferença de custo aplicada diretamente às famílias de agricultores (Balázs et al., 2016).
Nesta pesquisa foram consultadas 16 CSAs dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A pesquisa buscou analisar os CSAs de acordo com oito pontos principais: (i) função/papel da CSA, (ii) parceiros chave, (iii) governança, (iv) canais de venda, (v) principais produtos, (vi) membros, (vii) participação feminina e (viii) certificações. Esses pontos foram questionados nas entrevistas com os membros dos CSAs, feitas através de entrevistas por telefone, videoconferências ou visitas pessoais aos CSAs.
Com os resultados da pesquisa constatou-se que os CSAs são uma forma de produção recente no Brasil, que ainda está buscando se adaptar ao modo de consumo brasileiro. Foi possível perceber a grande participação feminina nos CSAs, de modo que as mulheres possuem um grande papel de articulação e até mesmo de liderança dentro dos CSAs. O empoderamento dos pequenos agricultores, assim como a melhoria das condições de mercado, facilitando a venda dos produtos, foram outros pontos positivos apontados pela pesquisa.
Na conjuntura atual, o consumo de alimentos saudáveis tem se tornado uma das prioridades na vida de muitas pessoas. Por outro lado, pequenos agricultores apresentam dificuldades em produzir de maneira compatível à demanda estipulada, seja pela falta de planejamento ou de recursos. Neste sentido, as CSAs surgiram como uma oportunidade para a emancipação desta classe de agricultores, de forma a garantir a melhoria da renda destes e de suas famílias através da venda de produtos orgânicos de qualidade à população participante.
Amorim, J.O.D.L. (2018). CSA em São Paulo e agricultura solidária na Alemanha; Matzembacher, D.E., Meira, F.B. (2020). Mercantilização & contramovimento; Dong, H., Campbell, B., & Rabinowitz, A. N. (2019). Factors impacting producer marketing through community supported agriculture; INPE. (2021). PODES Desmatamento; Berchin et al. (2019). The contributions of public policies for strengthening family farming and increasing food security;