Pôsteres

A busca por inovação nas remodelagens das estruturas urbanas revelou caminhos propícios a ambientes inteligentes. As investigações sobre essa tema tem se baseado excessivamente na racionalidade restrita que alicerçam explicações objetivas para que se faça emergir uma cidade inteligente. Diante dessa perspectiva e fundamentado nos preceitos da Teoria Institucional, busca-se uma visão holística sobre a ótica racionalista, com a finalidade de provocar uma reflexão mais abrangente, sobre a postura das cidades frente ao ambiente que as circunda.

Analisar por meio da literatura a conformação das cidades inteligentes a luz da teoria institucional, com a finalidade de compreender como os arranjos institucionais moldam a evolução urbana, mediante a dinâmica particular de cada local.

Para Broccardo, Culasso e Mauro (2019), buscar compreender as cidades inteligentes a partir da teoria institucional, permite uma análise de como os múltiplos atores sociais, sejam eles envolvidos em instituições políticas, técnicas ou culturais, influenciam na adoção e implementação de reformas nas cidades que a partir de então, podem ser direcionadas a ser inteligentes. A sistematização das ideias sobre a teoria institucional e a digitalização do meio urbano, viabiliza a co-evolução do discurso atual sobre cidades inteligentes, de forma que a novas políticas públicas para as transformações.

Essa pesquisa se caracteriza como qualitativa com uma abordagem integrativa que compreende a compreende a revisão sistemática e análise bibliométrica. Esse estudo também se apresenta como descritivo. A coleta de dados ocorreu na base Web of Science, e foram tratados com auxílio do Software Vosviewer e discutido por meio de uma revisão da literatura. Para qualificar os artigos a serem usados na revisão sistemática integrada, foi utilizado o Methodi Ordinatio.

Constatou-se que aproximadamente 94 % das pesquisas utilizaram métodos qualitativos para alcançar seus objetivos. Isso pode ser explicado mediante a intangibilidade que envolve analisar a conformação de cidades inteligentes a partir da teoria institucional. As cidades inteligentes estão se constituindo à medida que a sociedade avança em direção de um ecossistema sócio-técnico, em que a vida física e virtual estão inter-relacionadas por meio das interações sociais mediadas por máquinas. Esse movimento pode ser observado sobre a lente da teoria institucional.

A partir dessa revisão sistemática integrativa, foi evidenciado que uns dos problemas enfrentados pela concepção de cidades inteligentes nos textos estudados, estão relacionados aos processos de imitação em que gestores públicos buscam implantar em suas cidades, experiências inteligentes alheias, e por vezes, os resultados desses processos não atendem as necessidades locais, e resultam no objetivo inverso ao esperado das cidades inteligentes, como mais exclusão social, aumento da degradação ambiental e ações autoritárias de governantes públicos.

BASU, I. Elite discourse coalitions and the governance of ‘smart spaces’: Politics, power and privilege in India's Smart Cities Mission. Political Geography, v. 68, p. 77-85, 2019. BLASIO, E.; SORICE, M. Open Government: a tool for democracy?. Media Studies, v. 7, n. 14, 2016. BROCCARDO, L.; CULASSO, F.; MAURO, S. G. Smart city governance: exploring the institutional work of multiple actors towards collaboration. International Journal of Public Sector Management, 2019. DIMAGGIO, P. J.; POWELL, W. W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos org