Pôsteres

A Economia Circular (EC) é percebida como uma abordagem para viabilizar o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável e oportunizar a geração de um modelo econômico que proporcione a otimização do uso de recursos. A transição para o modelo circular implica em aprimorar a forma como os recursos são extraídos do meio e como se dá a produção não apenas em função do consumo, mas também pensando na destinação e aproveitamento dos materiais no estágio de pós uso (Sehnem et al., 2019). Empresas inovadoras podem criar ou modificar mecanismos para proporcionar benefícios econômicos em startups

Problema: Quais as interfaces entre inovação disruptiva, nível de maturidade e modelos de negócios de economia circular em startups? Objetivo: Analisar a interface entre inovação disruptiva, nível de maturidade e modelos de negócios de economia circular em startups. Específicos: (1) mensurar o relacionamento entre nível de maturidade e inovação disruptiva; (2) mensurar o relacionamento entre nível de maturidade e modelos de negócios de economia circular; (3) mensurar o relacionamento entre inovação disruptiva e modelos de negócios de economia circular.

A transição dos modelos de negócios lineares para um sistema econômico de produção com ciclos cada vez mais fechados implica na efetiva redução do consumo de recursos. Isso ocorre com a transformação da lógica de produção, com foco na manutenção dos recursos e energia no maior nível de utilidade possível (Rincón-Moreno et al., 2021). Ao passo em que os produtos têm maior tempo de uso e os componentes são reinseridos repetidamente no sistema produtivo, agrega-se valor aos recursos e evita-se ou reduz-se a extração de matérias-primas virgens do meio ambiente (Bertassini et al., 2020).

Foi efetuado um projeto piloto com 10 startups que foram selecionadas aleatoriamente do banco de dados da Associação Brasileira de Startups. Para coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado seguindo as diretrizes de Weetman (2019) e Weetmann (2016). Foi enviado via ferramenta Questionpro para os respondentes, que tiveram acesso ao instrumento de coleta de dados via e-mail. Na técnica de tabulação de dados, utilizamos tabelas e as categorias de análise foram elaboradas com base nas evidências empíricas oriundas da coleta de dados (Christensen, 1997; Christensen et al., 2015).

Das hipóteses teóricas propostas para validação neste estudo, foi possível validar H1, H2 e H3. Apenas H4 não teve evidências empíricas que permitiram a sua validação. As implicações gerenciais dos achados da pesquisa mostram que atitudes e comportamentos de pessoas são drivers importantes para a circularidade em startups. E a inovação deve ser fomentada para que seja possível avançar nos estágios de maturidade de implantação da economia circular.

A principal contribuição prática do estudo é o reconhecimento de que comportamentos pessoais dos gestores são relevantes para estimular a adoção de práticas de inovação e de economia circular. Além disso, é notório o papel da inovação como habilitador da circularidade de recurso nas startups. Por fim, que práticas de economia circular encontram-se implementadas em um estágio de maturidade inferior ao das práticas de inovação nas startups pesquisadas. A contribuição teórica é a validação empírica em contexto brasileiro, do papel da inovação e das características comportamentais dos gestores.

Audretsch, D. B., & Belitski, M. (2020). The role of R&D and knowledge spillovers in innovation and productivity. European Economic Review, 123, 103391. Christensen, C. M., Raynor, M., & McDonald, R. (2015). What is Disruptive Innovation? Harvard Business Review, 93(12), 44-53. Sehnem, S.; Pereira, S. C. F.; Jabbour, C. C.; Jabbour, A. B. L. S. (2019). Improving sustainable supply chains' performance through operational excellence: circular economy approach. Resources Conservation And Recycling. v.149, p.236 - 248, 2019.