Resumo

Título do Artigo

A importância da sustentabilidade para a atração de investimentos em startups de base científica
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Keully Cristynne Aquino Diógenes
Universidade de São Paulo - USP - FEA/USP Responsável pela submissão
2 - Claudia Pavani
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3 - Ana Carolina Calçado Lopes Martins
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4 - Felipe Mendes Borini
Universidade de São Paulo - USP - FEA/USP
5 - Guilherme Ary Plonski
Universidade de São Paulo - USP - IEA, FEA e EP

Reumo

Estudos sobre os fatores que levam as startups a atrair investimentos dos sócios, do governo e de terceiros, incluindo incubadoras e aceleradoras, investidor anjo, crowdfunding, venture capital, corporate venture capital e private equity, têm se tornado cada vez mais frequentes. Os fatores externos incluem, por exemplo, as alianças entre empresas, o desenvolvimento do ecossistema e a atratividade do mercado. Já os fatores internos incluem os recursos da startup, como capital humano, recursos de capital social, postura estratégica; proteção legal, subsídios e investimento em P&D.
Todavia, a sustentabilidade é pouco estudada. Os desafios de sustentabilidade, no entanto, exigem a participação das startups e, em particular, das startups de base científica que usam alta tecnologia. Além disso, há escassez de evidências empíricas comparando as três fontes de financiamentos. Nesse sentido, emerge a seguinte pergunta: O quanto a sustentabilidade importa para o investimento em startups de base científica? Assim, o objetivo deste estudo é mostrar quais fatores internos são mais importantes para os diferentes grupos de investidores e se a sustentabilidade importa.
Neste estudo, a RBV foi adotada como lente teórica para analisar os fatores internos (recursos) que atraem as fontes de financiamentos. A RBV destaca que, para conferir vantagem competitiva, o recurso deve ser valioso, raro, inimitável e não substituível (Barney, 1991). Desse modo, no presente artigo consideramos recursos diferenciados aqueles que: são únicos, difíceis de imitar, garantem desempenho superior, são protegidos por propriedade intelectual.
A abordagem adotada foi quantitativa, por meio de levantamento de dados primários com startups de base científica que usam alta tecnologia no Estado de São Paulo. O estado é um ambiente favorável para o surgimento de startups desse perfil. São Paulo está em 28º lugar no ranking mundial de ecossistemas de startup e se posiciona como o ecossistema nº1 da América Latina em Talento e Experiência e em Financiamento, abrigando 2.770 startups. Foram analisados 220 casos por meio da técnica de regressão logística.
Os resultados indicaram que existe associação estatisticamente significativa dos recursos com as três fontes de investimentos. Especificamente, os resultados mostram que (1) ser único no mercado tive um efeito positivo e significativo no investimento privado de terceiros; (2) a tecnologia proprietária teve um efeito positivo e significativo no investimento do sócio fundador; e (3) o desempenho superior teve um efeito positivo e significativo no investimento do governo. Por outro lado, não existe uma associação estatisticamente significativa da sustentabilidade com a atração de investimento.
O estudo mostra que o que importa para atrair o investimento privado de terceiros é ser único no mercado; para atrair investimento dos próprios sócios é apresentar tecnologia proprietária; e para atrair investimento governamental é o desempenho superior. A sustentabilidade, ainda, carece de ganhar mais espaço no olhar do investimento de terceiros, sócios e governamental.
Barney, J. (1991). Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of management, 17(1), 99-120. Bocken, N. M. (2015). Sustainable venture capital–catalyst for sustainable start-up success? Journal of Cleaner Production, 108, 647-658. Lange, D. E. (2017). Start-up sustainability: An insurmountable cost or a life-giving investment? Journal of Cleaner Production, 156, 838-854. Pisano, G. P. (2010). The evolution of science-based business: innovating how we innovate. Industrial and corporate change, 19(2), 465-482.