Resumo

Título do Artigo

ASG e atratividade ao investidor: o caso do setor financeiro brasileiro, 2017-2021
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Ana Barbara Tsivum de Almeida Alves
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP Araraquara - Faculdade de Ciências e Letras Responsável pela submissão
2 - Guilherme da Silva
- Unesp Araraquara

Reumo

Nas últimas décadas houve um crescimento exponencial do número de companhias medindo e reportando ao público dados ambientais, sociais e de governança, que constituem os dados de ASG. Na medida em que a agenda sustentável ocupa cada vez mais espaço dentro das discussões do mercado de capitais e seus investimentos, entender o impacto da responsabilidade ASG nas empresas como uma estratégia na atração de investimentos nos diferentes setores é essencial para incentivar um posicionamento atuante na sociedade e também assegurar o financiamento das atividades empresariais no setor financeiro.
Ao revisitar outros trabalhos sobre o impacto ASG nas empresas nacionais, não foram encontradas análises específicas sobre o setor financeiro, em especial intermediários financeiros como bancos. Diante dessa lacuna, a expectativa deste trabalho é responder se instituições financeiras de capital aberto na bolsa de valores brasileira com melhor performance ASG são mais atrativas ao mercado e trazem maior retorno ao acionista em comparação àquelas com menor desempenho ASG.
A agenda ASG é especialmente importante para a indústria financeira, tendo em vista o papel do setor de intermediação financeira de viabilização das atividades da economia real. O impacto indireto das Instituições Financeiras junto ao mercado tem uma importância ainda maior do que seus impactos diretos (como em contratações ou uso de recursos naturais), pois possuem grande poder de influência sobre seus clientes e sobre o mercado em geral na adoção de melhores práticas sustentáveis, respeitando direitos humanos e trabalhistas, além de uma governança mais transparente para o público.
Para a avaliação da atratividade e performance financeira das empresas, o estudo fará uma análise comparativa do custo de capital próprio (Ke), uma métrica que expressa a taxa mínima de retorno que os investidores exigem ao aplicarem seus recursos próprios na empresa, focalizando no coeficiente Beta, componente de risco sistemático do Ke. Para complementar a análise também são utilizados o Dividend Yield e o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) das empresas selecionadas entre 2017 e 2021, utilizando estatísticas descritivas como média e desvio-padrão para efeitos de comparação.
A análise do custo de capital próprio aponta que a taxa mínima de retorno exigida para aplicação nas companhias integrantes do ISE B3 é menor do que nas empresas não integrantes, assim como o coeficiente beta das ações, sinalizando que as companhias com melhor performance ASG são menos arriscadas. Também, o dividend yield médio dos papéis mostra um maior recebimento de dividendos por ação das empresas componentes do ISE B3, assim como uma comparação entre a média do ROE mostra que estas companhias remuneram seus investidores cerca de 40% mais do que a amostra de empresas fora da carteira.
Foi observada uma melhor performance das empresas brasileiras do setor financeiro com desempenho ASG superior, pertencentes ao índice ISE B3, no aspecto de atratividade e rentabilidade do papel ao acionista, demonstrando serem investimentos menos arriscados e que trazem maior retorno. Ainda assim, a elevada concentração bancária no Brasil representa uma das principais barreiras para uma análise comparativa do setor financeiro nacional, considerando que os grandes bancos dominam o mercado e possuem uma sólida performance em ASG, principalmente em governança.
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