Resumo

Título do Artigo

NEGÓCIO DE IMPACTO PARA A ECONOMIA DE BAIXO CARBONO: o caso Cumbaru, subsídio a pequenos produtores em Poconé-MT
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Tema

Empreendedorismo Sustentável e Negócios de Impacto

Autores

Nome
1 - Ivana Aparecida Ferrer Silva
- UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
2 - Pâmela Ingrid Simioni Costa
- São Paulo Responsável pela submissão
3 - Natallia Louyse Bergmann Salis
-
4 - Juliete Moraes da Cunha
Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá

Reumo

Mato Grosso ao adotar técnicas da Revolução Verde, a partir das décadas de 1970, abandonou sua economia extrativista e se tornou uma fronteira agrícola pulsante. As safras recordes de commodities não absorvem as externalidades do processo produtivo e geram desequilíbrios na região. A pujança econômica está na elite agrária e os impactos na sociedade e no ambiente se revelam em índices: Gini, desmatamento, IDHM, perda da biodiversidade e nos 125.840 estabelecimentos de pequeno porte da agricultura familiar que enfrentam dificuldades para produzir nas propriedades (MATO GROSSO, 2017).
O relato da startup Cumbaru, modelada desde 2020, apresenta os desafios de um negócio de impacto que se propõe a implementar soluções para desafios socioambientais associados à produção de alimentos nos trópicos. A iniciativa inovadora é focada na economia de baixo carbono e atende a ODS 2 Fome Zero e a Agricultura Sustentável. A ideia central está em subsidiar pequenos agricultores a potencializar os recursos existentes na propriedade rural, seja reabilitando pastagens degradadas, implantando sistemas agrossilvipastoris, promovendo o manejo sustentável de produtos da sociobiodiversidade.
Mato Grosso é privilegiado em biodiversidade e está entre ecótonos dos Biomas Amazônico, Cerrado e Pantanal. A estrutura produtiva implantada no estado não valorizou as idiossincrasias da região e hoje toda essa riqueza, pouco explorada cientificamente e que tem sido depredada (FERRER SILVA, 2012). Entender os desafios da modelagem da Cumbarú subsidiará novas iniciativas que agreguem as dimensões socioambientais e subsidie pequenos produtores a manter a sustentabilidade em suas propriedades. Até que ponto um negócio baseado na economia de baixo carbono pode gerar benefícios para o ambiente?
Na COP16 o Brasil assumiu o compromisso de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de seus Biomas até 2030. Por isso o investimento em restauração florestal e sistemas sustentáveis de produção agrícola possui consequências diversas. Pelo lado do pequeno produtor da agricultura familiar, ele terá acesso a recursos e serviços que lhe auxiliarão a ampliar a renda na sua propriedade e recuperar o equilíbrio ambiental e a produtividade. Aos grandes produtores, a manutenção da agrobiodiversidade e a recuperação de áreas degradadas gerará credibilidade ao agronegócio de exportação brasileiro.
A Cumbaru possui expectativas de trabalhar com 50 a 100 hectares das primeiras áreas de pastagens degradadas fazendo a reabilitação. O planejamento é fazer 2 mil hectares em 5 anos. Além do impacto ecológico e ambiental oriunda das áreas plantadas de cumbaru. Ele pode ser usado na alimentação humana e de animais, nas indústrias de cosméticos e traz diversos benefícios ao solo, por ser uma leguminosa. Como resultado a curto prazo viabilizar acesso a recursos financeiros e técnicos. A médio, melhorar a renda do produtor com técnicas da nova economia florestal, uso de SAFs e produção consorciada.
O modelo de negócio tem como público impactado os pequenos produtores, cujas dificuldades em viabilizar acesso a recursos, a mercado e a assistência técnica é fato (BATALHA, 2012). O objetivo em gerar alternativas de recuperação de áreas degradadas, poderá melhorar a eficiência produtiva em áreas consolidadas, o que reduz a pressão sobre novas áreas de vegetação nativa. A tecnologia-social fica configurada pela parceria produtor e empresa Cumbarú, pois as propriedades receberão assistência e poderão reestruturar a produtividade das áreas.