Resumo

Título do Artigo

A DIMENSÃO SOCIAL E O TRABALHO ESCRAVO NA CADEIA DE SUPRIMENTO: OS DESAFIOS DA JORNADA “S” NA GESTÃO DA CADEIA
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Tema

Operações sustentáveis e Economia Circular

Autores

Nome
1 - Rodrigo Martins Baptista
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Engenharia de Produção Responsável pela submissão
2 - Leonardo Vicente Fernandes
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Higienópolis
3 - Giancarlo Gavros Giorgi
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Universidade Presbiteriana Mackenzie
4 - André Pires Teixeira
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Higienopólis
5 - JOSE RICARDO BAPTISTA
Universidade Presbiteriana Mackenzie - CCSA - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Reumo

Os investidores no mundo parecem estar sob pressão para considerar o desempenho “S” – social como um componente em seus investimentos (Connellan, 2021; Fashion Transparency Index, 2017; INPACTO, 2020; Jestratijevic et al., 2020). Atualmente, as empresas precisam ser socialmente responsáveis, identificar impactos e desempenhos sociais e gerir fornecedores da cadeia de suprimentos para alcançar vantagens competitivas. Entretanto, ainda há poucas pesquisas relacionadas aos aspectos sociais da sustentabilidade no contexto da gestão de cadeia de suprimentos na dimensão social.
Foi o que Köksal et al. (2018) apontou sobre a negligência empresarial aos problemas sociais em cadeia de suprimentos. Além disso, diversos stakeholders da cadeia de suprimentos projetam decisões para integrar os processos de aquisição, produção, entrega e atendimento ao cliente com uma fraca atenção às características sociais da sustentabilidade (Marshall et al., 2015; Seuring, 2004). O objetivo do artigo é compreender quais elementos da jornada da dimensão social são adotados em uma cadeia de suprimentos e como esses elementos são divulgados em um relatório de sustentabidade.
As questões sociais estão relacionadas às práticas da saúde humana, ao bem-estar, ao trabalho e ao trabalho decente (Awan, 2019; Yawar & Seuring, 2017). Popovic et al. (2018) apresenta a dimensão dos direitos humanos como um avanço no acesso empresarial para a avaliação de indicadores de desempenho com foco na responsabilidade social corporativa – RSC. Para Fooks et al. (2013) e Morais & Silvestre (2018) os limites da responsabilidade social corporativa e a sustentabilidade social conecta diversos stakeholders “internos” com os “externos” por meio da identificação dos melhores padrões éticos.
O presente estudo busca compreender quais elementos da jornada da dimensão social são adotados em uma cadeia de suprimentos e como esses elementos são divulgados em um relatório de sustentabilidade. A principal característica estudada na dimensão social foi o trabalho análogo à escravidão. Para alcançar esse objetivo, optou-se por uma pesquisa qualitativa descritiva exploratória. A técnica de análise de dados foi a análise de conteúdo. Quanto aos dados coletados, o estudo analisou dados primários da empresa GRD e do instituto InPacto, ambas realizadas em 2022.
A detecção e remediação relacionadas às questões sociais são elementos que foram inseridos em um sistema com uma arquitetura orientada a tripé da sustentabilidade – pessoas, planeta e lucro: “a gente tem hoje um sistema que chama SIS, que é o da TBL (triple bottom line), a gente coleta as informações, principalmente ambientais”. O combate ao trabalho escravo em cadeia partir no contexto da jornada da dimensão social “S” revelam diversas oportunidades de melhoria na parte interna da empresa GRD e na parte externa com os fornecedores.
Os resultados do estudo contribuem para identificar uma visão da dimensão social especificamente associada ao trabalho escravo em cadeias de suprimentos, pois ainda representa um enorme desafio no reconhecimento do problema. Primeiro porque há uma necessidade em ampliar o debate acadêmico e empresarial da dimensão social e, em segundo lugar, porque o trabalho análogo à escravidão parece ser mencionado em alguns relatórios de sustentabilidade, mas ainda alcança níveis de engajamento simbólicos com fornecedores mais distantes dos elos mais economicamente representativos.
KÖKSAL, D.; STRÄHLE, J.; MÜLLER, M. Social sustainability in apparel supply chains-The role of the sourcing intermediary in a developing country. Sustainability (Switzerland), v. 10, n. 4, 31 mar. 2018. MARSHALL, D. et al. Going above and beyond: How sustainability culture and entrepreneurial orientation drive social sustainability supply chain practice adoption. Supply Chain Management, v. 20, n. 4, p. 434–454, 8 jun. 2015. SEURING, S.; MÜLLER, M. From a literature review to a conceptual framework for sustainable supply chain management. Journal of Cleaner Production, v. 16, n. 15, p. 1699