Resumo

Título do Artigo

EFEITOS DAS PRÁTICAS DE ESG NO CUSTO DE CAPITAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Rafael Salim Balassiano
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Responsável pela submissão
2 - Wilson Eduardo Ikeda
Universidade Presbiteriana Mackenzie - CCSA
3 - MICHELE NASCIMENTO JUCÁ
Universidade Presbiteriana Mackenzie - CCSA

Reumo

O reconhecimento da necessidade de ações - para fazer frente aos impactos das mudanças climáticas, de diversidade e regras de compliance - provoca um aumento dos investimentos das empresas em práticas de sustentabilidade em nível mundial. Além da adição de valor, interessa a tais empresas a análise do efeito de suas políticas na percepção de mitigação de risco pelo mercado, sendo materializado numa eventual diminuição do seu custo de capital. Entretanto, no Brasil, a percepção sobre o valor da adoção das práticas de ESG é mais recente às empresas e ao governo.
Este estudo busca confirmar a hipótese H1– Quanto maior o score de ESG, menor o custo de capital das empresas. O custo de capital é desmembrado em seus componentes próprio (CoE) e de terceiros (CoD), sendo ainda verificado por sua média ponderada (WACC). Já o ESG também é analisado por meio de sua métrica consolidada e fragmentado em suas 3 dimensões.
Atualmente, empresas incorporam as práticas de ESG aos seus negócios para reforçar seu relacionamento e criar valor aos stakeholders. Além disso, a divulgação dos scores de ESG mitiga a assimetria informacional, bem como o conflito de interesses entre gestores e proprietários. Em troca, investidores aceitam retornos mais baixos, resultando em um custo de capital menor à companhia. Sobre este, vale destacar que o custo de capital próprio é diretamente proporcional ao nível de endividamento da empresa.
A H1 é verificada por meio de uma análise descritiva e de correlação, bem como por um modelo de regressão linear multivariado com dados empilhados. A amostra final é composta por 96 companhias não financeiras, cujas ações são negociadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), durante o período de 2016 a 2020. Os dados são obtidos a partir das bases da Bloomberg, Capital IQ Pro (CIQ) e Federal Reserve Economic Data (FRED).
Verifica-se que a cada aumento de 1 score na dimensão ambiental, há uma redução de 0.0008% no CoD. Tal fato ratifica a H1 deste estudo. De fato, há uma preocupação crescente dos países sobre as questões ambientais. O Brasil se destaca ainda mais em função da diversidade de biomas existentes ao longo do seu território e da necessidade de sua exploração de forma sustentável. Porém, a não significância estatística dos coeficientes das variáveis independentes - pelos demais modelos - indica que os credores possuem maior sensibilidade às práticas ambientais das empresas que seus acionistas.
O mercado brasileiro ainda se encontra num processo de evolução – com relação à percepção dos benefícios financeiros da adoção de práticas de sustentabilidade. Diferentemente dos países desenvolvidos, empresas e investidores ainda não conseguem perceber os benefícios de tais políticas na mitigação dos riscos – e consequente redução do custo de capital e seus componentes. Por outro lado, esse fato indica a existência de oportunidades para a continuidade de tais investimentos com posterior obtenção de retorno.
Houqe, M. N., Ahmed, K., & Richardson, G. (2020). The effect of environmental, social, and governance performance factors on firms’ cost of debt: International evidence. International Journal of Accounting, 55(3), 1–30. https://doi.org/10.1142/S1094406020500146 Raimo, N., Caragnano, A., Zito, M., Vitolla, F., & Mariani, M. (2021). Extending the benefits of ESG disclosure: The effect on the cost of debt financing. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 28(4), 1412–1421. https://doi.org/10.1002/csr.2134