Reumo
As Spin-Offs surgem como uma solução potencial na transferência eficaz de tecnologia e conhecimento das universidades para o mercado, promovendo inovação, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável. A gestão do conhecimento serve de base e fortalece o desenvolvimento contínuo de habilidades, facilita o aprendizado contínuo e a adaptação a novas tecnologias e métodos, auxilia na formação de redes de contatos, promove a troca de conhecimento, criando redes profissionais e acesso a oportunidades de carreira. Impulsiona a capacidade de inovação, encoraja a aplicação de novos conhecimentos para resolver problemas complexos, uma habilidade valorizada no mercado. Diante do exposto este estudo visa responder a seguinte questão: como a produção no campo da Spin-Off acadêmica tem evoluído ao longo do tempo, redes de colaboração entre autores e instituições, e impacto das pesquisas? Para tanto desenvolveu-se um objetivo geral, que pretendeu analisar as principais tendências na literatura científica sobre spin-offs, bem como a evolução da produção acadêmica nesse campo, por meio de uma revisão sistematizada combinada com uma análise bibliométrica. Foram estabelecidos quatro objetivos específicos a saber: (i) quantificar a produção acadêmica; (ii)mapear áreas de estudo; (iii) identificar as redes de colaboração; (iv) identificar tendências temáticas, destacando novos enfoques e direções futuras do campo. A metodologia foi uma revisão sistematizada de literatura, combinada com uma análise bibliométrica. Foi delineada por meio de uma abordagem qualitativa e compreende uma revisão sistematizada da literatura, sobre spin-off acadêmica, visando compreender os estudos anteriores sobre o tema, bem como sua relevância e avanços na atualidade, ressaltando sua contribuição à gestão do conhecimento e da inovação. Para tanto as estratégias de busca foram a partir da definição das palavras chaves “spin-off”, “spin-off acadêmica”, “academic spin-off”, “spin-off universitária”, “university spin-off”, nas bases de dados Google Scholar e Scielo. Foram selecionados 33 artigos/periódicos. A distribuição temporal das publicações selecionadas para este estudo, foram 2002, 2009, 2010, 2014, 2015, 2016, 2017, 2019, 2020, 2021 e 2022. Notou-se que nos anos 2002, 2009, 2010, 2014 e 2019 foram os anos de menor índice de publicação nesta área (3%). Nos anos de 2015 e 2020 registrou um aumento (9%), mas foi nos anos 2021 (21%) e 2022 (33%), que o crescimento nas publicações envolvendo esse tema foram realmente significativos. Ao todo os estudos envolveram 35 instituições de ensino, com pelo menos uma pesquisa do autor principal de origem. Contudo a instituição de afiliação mais produtiva foi a Delft University of Technology com 8% dos trabalhos. Identificou-se que os principais estudos são dos Países Baixos; o periódico que mais publicou foi o Technovation, os anos mais prolíferos foram 2021 e 2022. Dentre essas instituições 18 IES se repetiriam, participando com coautorias, inclusive as IES brasileiras (USP e UFPR). Outras 12 novas IES apareceram apenas em coautorias, totalizando 47 instituições envolvidas em 3% das publicações. Ao todo foram 20 países (autor principal) envolvidos nas publicações, que foram: Itália (19%); Reino Unido (14%); Países Baixos (11%); EUA (8%), Brasil e Coreia do Sul com 5%, e os outros 14 países ficaram com 3% (Bélgica, Canadá, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estônia, Grécia, Noruega, República Tcheca, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia). Os países com maior produção científica sobre spin-offs são Reino Unido (19%), Itália (16%), e os Países Baixos (13%). Seguidos do Brasil e Coreia do Sul com 6%. Os outros 12 países participantes ficaram com 3%. A colaboração entre autores e instituições de ensino é um dos pilares fundamentais para o avanço da ciência, especialmente em temas específicos que demandam conhecimento especializado e interdisciplinaridade. Nesse intuito analisou-se os cruzamentos entre autores, coautores e IES, para identificar as redes de colaboração, por meio do software Vosviewer. A partir dos cruzamentos encontrou-se várias afiliações, a mais significativa foi 1 cluster com 5 afiliações considerado o mais representativo. Pode-se ressaltar algumas das principais contribuições dessas redes para o avanço da ciência que são: (1) Troca de Conhecimentos e Ideias, trazendo novas perspectivas, enriquecendo a abordagem de pesquisa e gerando novos insights sobre o tema estudado; (2)Interdisciplinaridade, proporciona a integração de diversas disciplinas, para resolução de problemas complexos que não podem ser abordados por uma única área do conhecimento; (3)Acesso a Recursos e Infraestrutura, permite o compartilhamento de recursos que podem ser essenciais para a condução de pesquisas de alta qualidade; (3) Fortalecimento da Pesquisa em Temas Específicos, identifica de áreas de pesquisa emergentes ou em crescimento, auxiliando no desenvolvimento contínuo de um determinado tema; (4) Publicações de Alto Impacto, as redes de colaboração tendem a resultar em publicações de maior impacto, aumentando a qualidade e a relevância das descobertas científicas. Dos artigos apareceram 22 temáticas abordadas e as principais convergências teóricas encontradas foram: (1) Importância da Orientação Empreendedora; (2) Colaboração Universidade-Indústria; (3) Suporte Institucional e Político; (4) Redes e Capacidades; e (5) Facilitadores e Programas de Apoio. A pesquisa revela que o sucesso das spin-offs acadêmicas é influenciado por uma combinação de fatores, incluindo a orientação para o mercado, a composição da equipe fundadora, o suporte institucional e as redes de colaboração.