Resumo

Título do Artigo

CRESCIMENTO ECONÔMICO, EMISSÕES DE CO2 E SUSTENTABILIDADE NO BRASIL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA COM BASE EM 60 PAÍSES
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Tema

Estratégia para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - EDILSON DOS SANTOS JUNIOR
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUCMG - Doutorando em Administração - Inovação e Conhecimento Responsável pela submissão
2 - Rafaella Christina Gomes
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUCMG - Administração
3 - Lucília Alves de Oliveira
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Administração

Reumo

O artigo tem como objetivo principal analisar a relação entre o crescimento econômico, as emissões de CO2 e a sustentabilidade no Brasil, comparando esses fatores com 60 outros países. A preocupação crescente com as mudanças climáticas e o impacto que o desenvolvimento econômico exerce sobre as emissões de carbono motiva essa pesquisa, que busca identificar como políticas públicas e práticas sustentáveis podem mitigar as emissões sem comprometer o crescimento econômico. A relação entre o crescimento econômico e as emissões de CO2 é bem documentada, especialmente em países em desenvolvimento que dependem de setores intensivos em carbono, como a produção de energia e a agropecuária. No Brasil, esses setores têm uma contribuição significativa para as emissões de gases de efeito estufa, agravadas pelo transporte rodoviário e pela produção de eletricidade baseada em combustíveis fósseis. Além disso, o desmatamento, muitas vezes motivado pela expansão agrícola, é outro grande responsável pelo aumento das emissões. Estudos sugerem que o crescimento econômico, especialmente em economias emergentes, tende a ser acompanhado por um aumento das emissões de CO2. No Brasil, onde o setor agrícola e a indústria energética são pilares fundamentais da economia, essa dinâmica se reflete claramente. No entanto, o artigo ressalta que a transição para fontes de energia renovável, como solar e eólica, poderia oferecer uma solução viável para reduzir as emissões sem prejudicar o crescimento econômico. Apesar disso, o avanço nesse campo encontra desafios, como o custo elevado de infraestrutura inicial e a instabilidade política, que torna difícil a implementação de políticas ambientais de longo prazo. No cenário internacional, o Brasil é parte de um grupo de países emergentes, como os BRICS, que estão em processo de transição para uma economia de baixo carbono. Esses países enfrentam desafios semelhantes em equilibrar o crescimento econômico com a sustentabilidade ambiental. O progresso, contudo, varia de acordo com a estrutura política, o desenvolvimento econômico e a composição da matriz energética de cada país. No Brasil, apesar de alguns avanços no uso de energias renováveis, ainda há uma dependência significativa de combustíveis fósseis. A agropecuária, embora seja um motor importante do crescimento econômico, também é uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa, tanto diretamente, pela produção de metano, quanto indiretamente, ao pressionar o desmatamento. Uma das teorias exploradas no artigo é a Curva de Kuznets Ambiental, que sugere que as emissões de poluentes tendem a aumentar nas primeiras fases do crescimento econômico, mas, à medida que a renda per capita cresce, as emissões diminuem, pois a sociedade passa a exigir maior proteção ambiental. Entretanto, no Brasil, a aplicabilidade dessa teoria é debatida. Embora o país tenha alcançado certos avanços econômicos, ele ainda enfrenta desafios ambientais substanciais, como o desmatamento contínuo, impulsionado pela expansão agrícola, especialmente na Amazônia. Isso revela a complexidade da relação entre crescimento econômico e sustentabilidade no Brasil. Outro obstáculo significativo para o avanço sustentável no Brasil é a instabilidade política. As incertezas regulatórias e a falta de consistência nas políticas ambientais dificultam a implementação de estratégias de longo prazo. Isso, por sua vez, afeta a capacidade do país de atrair investimentos necessários para promover uma economia mais verde. Sem um planejamento consistente e claro, a transição para uma economia de baixo carbono se torna ainda mais difícil, deixando o Brasil vulnerável às flutuações políticas e econômicas que podem comprometer o progresso em direção à sustentabilidade. O crescimento econômico de um país, frequentemente medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), também é fortemente influenciado por fatores demográficos, como o tamanho da população, e pelo consumo de energia elétrica per capita. No entanto, um aumento no consumo de energia, especialmente se baseado em fontes não renováveis, tende a aumentar as emissões de CO2. Países com maior consumo de energia elétrica per capita geralmente são mais industrializados e tecnologicamente avançados, mas se sua matriz energética é dependente de combustíveis fósseis, isso resulta em maiores emissões. Os resultados da análise realizada no artigo mostram que existe uma forte correlação entre o crescimento econômico e as emissões de CO2, especialmente em países como o Brasil, onde a indústria e a agricultura desempenham um papel central no desenvolvimento econômico. No entanto, essa relação também destaca a necessidade urgente de políticas que possam equilibrar o crescimento econômico com a sustentabilidade ambiental. A adoção de tecnologias limpas e a transição para fontes de energia renovável são essenciais para reduzir as emissões de CO2 e garantir um crescimento econômico mais sustentável a longo prazo. O estudo também indica que as emissões de CO2 têm o maior impacto no crescimento econômico no Brasil, refletindo a importância de setores industriais e de geração de energia baseados em combustíveis fósseis. A queima de combustíveis fósseis e a industrialização intensiva em carbono continuam sendo as principais fontes de crescimento econômico, mas esse crescimento está frequentemente associado a um custo ambiental elevado. A transição para tecnologias mais limpas e o uso de fontes renováveis de energia já começaram em alguns setores no Brasil, mas o país ainda enfrenta desafios estruturais significativos. O artigo conclui que a transição para uma economia mais sustentável depende não apenas de políticas públicas eficientes, mas também de um esforço coordenado para enfrentar as barreiras políticas e econômicas que impedem o avanço da sustentabilidade. Assim, o Brasil, com seus vastos recursos naturais e potencial para energias renováveis, tem a oportunidade de alinhar crescimento econômico com a proteção ambiental. Contudo, isso exigirá um compromisso firme com políticas de longo prazo, que promovam tecnologias verdes e uma economia de baixo carbono, garantindo um futuro sustentável sem comprometer o desenvolvimento econômico.