Resumo

Título do Artigo

FINANCIAMENTO PARA CLEANTECHS: ANÁLISE A PARTIR DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Júlia Tibúrcio dos Santos
-
2 - Rebeca Martins de Lima
Fundação Educacional Inaciana (FEI) Padre Saboia de Medeiros - SP
3 - Dafne Oliveira Carlos de Morais
- FEI SP Responsável pela submissão

Reumo

À medida que o Acordo Climático de Paris atinge seu prazo e os eventos climáticos extremos voltar a ocorrer, surge a demanda por produtos e serviços verdes, oferecendo uma oportunidade para novos empreendimentos comerciais (JENSEN et al. 2020). As startups que comercializam tecnologias limpas (ou seja, cleantechs) são uma delas, oferecendo oportunidades para enfrentar as mudanças climáticas e promover um futuro mais verde (HEGEMAN; SØRHEIM, 2021). Esses negócios comercializam tecnologias de energia limpa, o que implica desenvolver, integrar, implantar ou financiar novos materiais, hardware ou software, com foco na geração, armazenamento, distribuição e eficiência de energia (GADDY et al., 2017). Embora as tecnologias limpas sejam críticas para alcançar emissões líquidas zero, elas geralmente não progridem além dos estágios iniciais de prototipagem, principalmente porque lutam persistentemente para obter financiamento suficiente (OWEN et al., 2020). Fornecer capital global suficiente para reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar o financiamento para investimentos climáticos pode ser a chave para atingir as metas climáticas globais (IPCC, 2023). Empreendimentos de tecnologia limpa em estágio inicial que comercializam tecnologias de energia limpa radicalmente inovadoras ou modelos de negócios para impacto de longo prazo (GADDY et al., 2017, p. 4) sofrem particularmente com subfinanciamento, uma vez que são mais caros e arriscados, geralmente envolvendo tecnologia profunda de longo prazo, horizonte de desenvolvimento de hardware e, devido aos seus objetivos híbridos (ou seja, comercial e ambiental), lutam para apresentar um caso de negócios confiável aos investidores (OWEN et al., 2020; JENSEN et al., 2020; CUMMING et al., 2016). Tendo em vista esse contexto, o presente estudo se propõe a investigar sobre os desafios e as estratégias para o financiamento de cleantechs por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL). A RSL busca responder: Qual o panorama de conhecimento sobre financiamento de cleantechs? Desta forma, adota como objetivo compreender como a literatura aborda o debate sobre desafios e as estratégias para o financiamento de cleantechs. Para realizar esta RSL, os passos metodológicos adotados contemplaram a (i) definição dos critérios de busca e seleção dos estudos relevantes; a (2) extração e análise dos dados dos estudos selecionados; (3) síntese e apresentação dos resultados; (4) elaboração de um quadro com pesquisas futuras sugeridas sobre o tema. Com o objetivo de identificar e compilar a máxima quantidade de artigos que englobam o tema, a base Scopus foi escolhida, considerando como filtros de pesquisa as palavras de busca “investimento” ou “financiamento” e “cleantech”, publicados entre os anos de 2008 e 2022, o que resultou em um número total de 30 artigos. Considerando seu objetivo específico, o estudo (i), apresentou como base de artigos mapeada 30 artigos publicados entre 2008 e 2022, com um crescimento notável na pesquisa sobre o tema a partir de 2015. Entre os principais autores e periódicos, destacam-se Owen, Plambeck e Rayner, e revistas como "IEEE Transactions on Engineering Management" e "Journal of Cleaner Production". Já para seu objetivo específico (ii), foram apontados seis temas de destaque: financiamento e políticas de suporte, regulamentações e protocolos internacionais, desafios do mercado, estratégias de crescimento em cleantech, análise comparativa de investimentos ESG e a interação entre universidades e o ecossistema de inovação. Essa análise permitiu uma compreensão profunda dos desafios enfrentados por cleantechs, incluindo a importância do crowdfunding e o papel crucial das políticas de apoio governamental e de gestão de risco climático. Os desafios de financiamento, ilustrados pelo "Vale da Morte" financeiro e a necessidade de estratégias eficazes de comunicação e negócios, destacam a complexidade do ambiente em que as cleantechs operam. A análise também ressaltou a importância de uma abordagem holística na avaliação de investimentos em cleantechs e a necessidade de políticas consistentes para sustentar o setor. O estudo realça a importância das cleantechs como agentes de mudança no combate às mudanças climáticas e na transição para uma economia mais verde e sustentável. A análise dos desafios e soluções no financiamento dessas startups, como discutido por Gaddy et al. (2017) e Owen et al. (2020), proporciona uma visão sobre as barreiras e oportunidades no caminho para uma inovação ambiental efetiva. A compreensão dessas dinâmicas é crucial para formuladores de políticas, investidores e o público em geral, pois destaca a necessidade de estratégias mais robustas e integradas para apoiar essas iniciativas, conforme enfatizado pelo IPCC (2023). Em relação aos próximos desafios, um foco importante será superar as barreiras de financiamento que impedem o progresso das cleantechs, especialmente nos estágios iniciais. O papel dos governos na formulação e implementação de políticas que facilitem o financiamento de cleantechs também será crucial, conforme indicado por Yang et al. (2021). A colaboração entre os setores público e privado será essencial para desenvolver mecanismos de financiamento, que sejam tanto viáveis quanto sustentáveis a longo prazo. Além disso, a integração das cleantechs em estratégias de desenvolvimento econômico mais amplas, considerando as implicações sociais e ambientais, como sugerido por Cojoianu, Hoepner e Lin (2022), será um passo importante para garantir um futuro sustentável. Por fim, em seu objetivo específico (iii), o estudo apontou como lacunas de pesquisa temas como restrições e riscos dos investimentos privados em cleantechs, a inclusão de universidades no ecossistema de inovação, o impacto das políticas públicas e do papel do