Reumo
O artigo tem como principal objetivo avaliar se a gestão dos recursos hídricos pela Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo foi falha no período de 2010 até 2015, levando à crise hídrica entre 2013 e 2015. Para isso, primeiro caracteriza-se como é feita a gestão do sistema integrado desses recursos no estado. Depois, mostra diversos fatores que levaram à escassez hídrica. Por fim, realiza uma análise dos dados oficiais a partir de indicadores de gastos em investimento realizados por esta secretaria. Foram avaliados os investimentos realizados entre os anos 2010 e 2015. A avaliação foi dividida em três eixos: (i) regularidade dos investimentos entre os anos; (ii) discrepância entre os investimentos previstos e realizados; (iii) perfil e modalidades que receberam maior aporte de recursos. A partir da análise dos dados e da conjuntura sobre a crise hídrica é possível afirmar que ela não é somente fruto de uma anomalia climática impossível de ser prevista, mas sim da falta de planejamento a longo prazo do governo estadual e das entidades ligadas à gestão dos recursos hídricos. A falta de investimentos preventivos, mesmo com diversos estudos afirmando que poderiam ocorrer problemas durante essa década, somada ao excesso de gastos emergenciais dos últimos dois anos, evidencia esse caráter de planejamento de curto prazo. O fato dos investimentos realizados visarem apenas soluções de problemas no curto prazo é evidente pela inexistência de um padrão de investimento entre os anos, de acordo com as exigências momentâneas.