Reumo
O estado do Mato Grosso é o maior produtor de soja do país, representando aproximadamente 29% da produção nacional na safra 2014/2015. Recentemente, com o início das movimentações pelos portos do Arco Norte, como Santarém (PA), Barcarena (PA), Itacoatiara (AM), e São Luís (MA), novas alternativas para o escoamento da soja mato-grossense têm surgido, em oposição à predominância da utilização dos portos tradicionais, como Santos (SP) e Paranaguá (PR). A maior parte do grão que é destinado à exportação, entretanto, ainda tem sido escoada pelo modal rodoviário, o que tem ocasionado o aumento do consumo de energia, dos custos de transporte e da emissão de CO2 na atmosfera. O uso da multimodalidade na composição da matriz de transporte tem como consequência um maior aproveitamento de energia, o que também resulta em menores impactos ambientais. Inserido nessa temática o presente trabalho tem o objetivo de comparar as soluções logísticas existentes para exportação de soja do Mato Grosso no que diz respeito às emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera. A partir de uma análise comparativa dos fluxos de transporte, os resultados do artigo mostram que a multimodalidade atualmente reduz em torno de 33% das emissões de CO2 da cadeia da soja mato-grossense. De complementar, o Arco Norte reduz em 6% a emissão de CO2, havendo potencial para reduções mais significativas com a intensificação do uso do modal hidroviário. Nas exportações do município de Sorriso (MT) e Sinop (MT) as estimativas de redução da emissão de CO2 são da ordem de 35 e 59%, respectivamente. Tal redução só é possível em função da utilização da multimodalidade nas movimentações de soja.