Reumo
Sobre a história, é possível observar que as grandes narrativas que relacionam o homem, as organizações e a sociedade facilitam a atribuição, a construção e até mesmo a contestação dos sentidos tomados como verdades. As narrativas dominantes, vinculadas a ciência normal, afastaram as relações sociais entre os indivíduos e as organizações e colocaram em xeque a capacidade das organizações em assegurar a ordem social por meio do progresso econômico e tecnológico. Portanto, este ensaio teórico teve como objetivo discutir se o desenvolvimento atrelado às premissas da sustentabilidade seria uma nova estrutura para suprir uma dívida social e ambiental vinculada ao desenvolvimento econômico a qualquer custo, ou se veio para perpetuar a ideia de maximização do lucro.
As argumentações pautaram-se pela exposição da maleabilidade da estrutura capitalista e sua influência na percepção dos agentes nas relações entre o homem, as organizações e a sociedade. Discutiu-se também o tema sustentabilidade e a articulação de seu sentido no âmbito organizacional, questionando se esta seria, de fato, uma nova estrutura. Ao final, refletiu-se sobre as posições da sustentabilidade que influenciam a capacidade do desenvolvimento sustentável transformar a estrutura vigente.
A contextualização das teorias relacionadas permitiu uma análise crítica e aprofundada da discussão “oculta” sobre as organizações, o capitalismo, e principalmente sobre a entrada da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável nesse contexto, que por vezes são divulgados como novidades frente à realidade social, mas no geral mantém juízos de valor já há muito tempo presentes no capitalismo.