Reumo
Estudos têm apontado os conselhos ambientais como campos ambientais, visto que apresentam disputas constantes entre seus atores sociais. A Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio) foi estabelecida em 2003, a fim de promover a implementação dos compromissos assumidos pelo Brasil junto à Convenção de Diversidade Biológica, além de identificar e propor áreas e ações prioritárias para pesquisa, conservação e uso sustentável dos componentes da biodiversidade, sendo um órgão consultivo e deliberativo. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar se a Conabio tem se configurado como um campo, na prática, pela teoria de campos de Fligstein e McAdam (2012). Para tanto, foram analisadas 24 atas da Conabio de 2011 a 2016, por meio da análise de conteúdo utilizando seis categorias (participação nas reuniões, formação ou status das Câmaras Técnicas, deliberações da Conabio, pontos divergentes nas discussões, informes e propósitos da Conabio). A teoria dos campos permitiu verificar que a Conabio tem se configurado com um campo, com confrontos de interesses e com a presença de coalizões. Neste último caso, não são sempre as mesmas, variando com o contexto e os interesses envolvidos. No entanto, entre 2015 e 2016, as reuniões têm sido mais informativas, o que reduziu os confrontos.