Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DA CONTAMINAÇÃO DE FILTROS DE AR CONDICIONADO DE AUTOMÓVEIS COMO INDICADORES DA QUALIDADE DO AR INTERIOR
Abrir Arquivo

Tema

Operações sustentáveis

Autores

Nome
1 - Simone Aquino
Universidade Nove de Julho - Responsável pela submissão
2 - José Eduardo Alves de Lima
Universidade Nove de Julho -
3 - Maria Antonietta Leitão Zajac
Universidade Nove de Julho Uninove -
4 - Ana Paula Branco do Nascimento
Universidade Nove de Julho Uninove -
5 - Leonardo Vils
Universidade Nove de Julho -

Reumo

A Qualidade do Ar Interior é um indicador de saúde ambiental, que considera fatores das más condições do ar climatizado, como a presença de microrganismos. A qualidade do ar em veículos é uma área de pesquisa emergente, com diversas lacunas sobre os contaminantes. O objetivo do estudo foi analisar a microbiota em filtros de ar de 21 automóveis, na cidade de São Paulo, desenvolvido como um estudo experimental, cujos resultados laboratoriais demonstraram o crescimento de fungos patogênicos nas amostras, indicando que a qualidade do ar em veículos pode comprometer a saúde de condutores.
Os ambientes climatizados artificialmente são projetados para oferecer conforto a seus ocupantes, mas podem ser prejudiciais à saúde, uma vez que os filtros de equipamentos de ar-condicionado podem conter microrganismos, partículas ou poeira. O objetivo do estudo é apresentar a análise de 21 filtros de veículos coletados em postos de troca na cidade de São Paulo, a fim de responder a seguinte questão de pesquisa: Quais os fungos presentes em filtros de ar-condicionado de veículos automotivos que apresentam riscos potenciais de contaminação do ar interno para condutores?
Uma revisão realizada por Mota e colaboradores (2014) sobre a qualidade do ar interno (QAI) delimitou algumas categorias de risco: a influência dos fungos na qualidade do ar interno; a influência das bactérias na qualidade do ar interno; padrão de conforto térmico e; dióxido de carbono (CO2). No Brasil, as regulamentações sobre QAI são estabelecidas por meio da Portaria MS n. 3.523 de 1998 e da Resolução RE n. 9 de 2003 da ANVISA, considerando o interesse sanitário, saúde, segurança, bem-estar e conforto dos ocupantes dos ambientes climatizados (Portaria n. 3.523, 1998; Resolução n. 09, 2003).
Foram coletados 21 filtros de ar-condicionado de veículos automotores (passeio), em 10 postos de troca localizados na zona sul, norte, oeste e leste da cidade de São Paulo, durante o período de outubro de 2017 a janeiro de 2018. As amostras dos filtros foram coletadas em sacos de polietileno e encaminhadas ao laboratório de microbiologia. De cada filtro foram tomados 33 fragmentos internos, cortados em condições estéreis e dispostos em placas de Petri, contendo meio Batata Dextrose. As placas foram incubadas a 25ºC, por 7 dias, em estufa padrão, para crescimento das culturas. Após o período de
O presente estudo demonstrou a contaminação fúngica nos filtros de veículos analisados, onde todas as amostras apresentaram os gêneros como Aspergillus, Penicillium, Fusarium, dentre outros. As doenças fúngicas invasivas, como a aspergilose pulmonar (causada pelo Aspergillus) estão aumentando e representam um importante risco para a saúde da população (Vermeulen et al., 2015). Segundo Motta et al. (2015) Aspergillus, Fusarium e Penicillium são toxigênicos e, de acordo com a RE n. 09 (2003), é inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxigênicos para a QAI em ambientes climatizados.
Os filtros de ar-condicionado de veículos são ambientes propícios para a bioacumulação de fungos e serem fontes de alérgenos para o homem. A contaminação observada em filtros de veículos na cidade de São Paulo pode estar associada à demora na troca dos mesmos, falha da limpeza interna do ar-condicionado, mas também da qualidade do ar externo captado. O estudo demonstrou que a presença de fungos nocivos e toxigênicos merece a atenção de pesquisadores de saúde ambiental e da indústria automobilística, para aprimorar medidas preventivas e qualidade do ar de motoristas em centros urbanos.
Mota, R.J.B.S., Gil, T.G.B., Lima, F.B., Moraes, F.A.B., Farias, A.S. (2014). Qualidade do ar interno no ambiente hospitalar: uma revisão integrativa. Revista Saúde, 8(1),44-52. Portaria n. 3.523. Gabinete do Ministro, de 28 de agosto de 1998(1998). Dispõe sobre a QAI em ambientes climatizados. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3523_28_08_1998.html. Resolução RE n. 09 de 16 de janeiro de 2003. (2003). Orientação Técnica sobre Padrões Referenciais de QAI, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Diário Oficial da União; Poder Executivo