Resumo

O conceito “cidade inteligente” surgiu na década de 1990 e teve com objetivo inicial a busca da sustentabilidade para o atingimento dos compromissos firmados no protocolo de Kyoto, criado em 1997. Posteriormente, com a efetivação do protocolo e com a disseminação da internet na vida cotidiana, o tema se popularizou e houve um aumento exponencial nas publicações científicas. O tema é estudado principalmente sob duas perspectivas: a Européia mais centrada em uma visão sistêmica da cidade e a norte-americana uma visão tecnocêntrica.

A questão de pesquisa do estudo é: Quais são as perspectivas teóricas, encontradas na literatura, para a estruturação de uma cidade inteligente sob a dimensão tecnológica? Portanto, o estudo tem como objetivo analisar as perspectivas teóricas sobre “tecnologia para cidades inteligentes” por meio da revisão sistemática da literatura de artigos recentes (2014 a 2018) e de alto impacto, visando propor uma agenda para pesquisas futura.

O estudo não apresenta um tópico de fundamentação teórica de forma separada, pois é constituído de uma análise sistemática da literatura que sintetiza os principais artigos sobre o tema.

O estudo utilizou a pesquisa bibliográfica como procedimento para coleta de dados, foi consultada a base Web of Science (WOS) pois é uma base representativa, multidisciplinar e com mecanismos de busca simplificados. Posteriormente foi aplicada a técnica de acoplamento bibliográfico que possibilitou agrupar os artigos por similaridade quanto as fontes de pesquisas, ou referencias em comum, utilizando o software VOSViewer. Os artigos resultantes do acoplamento foram analisados sistematicamente de forma a responder perguntas específicas para sintetizar o conteúdo dos artigos.

Foram agrupadas e discutidas as principais áreas de estudo sobre o tema “tecnologia para cidade inteligente”, quanto ao foco, a metodologia e os resultados. Como sugestão de pesquisa futura, foram destacados os desafios do IOT, a significação e uso dos dados, a necessidade de estudos empíricos e as formas de melhorar o processo de inovação, de forma que sejam envolvidos diferentes stakeholders, para que a cidade inteligente não seja estruturada com uma visão míope, retomando aos seus objetivos iniciais que é a sustentabilidade e a qualidade de vida.

O estudo contribuiu para sistematizar as áreas de estudo dos artigos de vanguarda sobre o tema. Foi possível identificar que as cidades inicialmente buscavam explorar as tecnologias para se tornarem mais sustentáveis, mas posteriormente se distanciaram desse objetivo, e os projetos foram influenciados por interesses corporativos ou políticos. As nove perspectivas teóricas incluem detalhamentos técnicos de hardware (IOT) e software (Big Data) e também questões sociais, institucionais e de inovação que permeiam as questões tecnológicas. O se limitou as principais publicações da base WOS.

Ahvenniemi, H., Huovila, A., Pinto-Seppa, I., & Airaksinen, M. (2017). What are the differences between sustainable and smart cities? Cities, 60, 234-245. Al Nuaimi, E., Al Neyadi, H., Mohamed, N., & Al-Jaroodi, J. (2015). Applications of big data to smart cities. Journal Of Internet Services And Applications, 6(25), 1-15. Angelidou, M. (2015). Smart cities: A conjuncture of four forces. Cities, 47, 95-106. Barone, R., Giuffre, T., Siniscalchi, S., Morgano, M., & Tesoriere, G. (2014). Architecture for parking management in smart cities. Iet Intelligent Transport Systems, 8(5), 445-452.