Resumo

Título do Artigo

Bioplásticos e plásticos biodegradáveis surfando a sexta onda: um estudo sobre a ecoeficiência
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Tema

Operações sustentáveis

Autores

Nome
1 - Josenice Maria Gusmão Amorim Mascarenhas
Universidade Salvador - Responsável pela submissão

Reumo

O século XX caracterizou-se pelo uso intensivo dos plásticos, que surgiram como uma solução economicamente viável para fabricação dos mais variados utensílios, pelo fato de terem baixo custo, serem inertes, leves e resistentes. Atualmente, são considerados vilões, quer pelo fato de sua principal matéria-prima ser derivada do petróleo, quer por sua destinação pós-consumo, frequentemente, ser inadequada, gerando grande impacto ambiental, por isso há um grande empenho para torná-los mais ecoeficientes através das eco-inovações, que deram origem aos bioplásticos e aos plásticos biodegradáveis.
O problema de pesquisa desse estudo é: os bioplásticos e os plásticos biodegradáveis são eco-inovações, de fato, ecoeficientes? O objetivo desse estudo é verificar se os bioplásticos e os plásticos biodegradáveis são ecoinovações, de fato, ecoeficientes. Para tanto são objetivos específicos: a) identificar as características dos bioplásticos e plásticos biodegradáveis; b) apresentar os critérios para avaliação de ecoeficiência; c) verificar os impactos ambientais dos bioplásticos e plásticos biodegradáveis.
Tradicionalmente, o plástico é produzido a partir de derivados do petróleo, e caracteriza-se por ser não biodegradável (MAGRINI et al, 2012). Para tornar o plástico um produto ecoeficiente, as eco-inovações estão substituindo matérias-primas e/ou combinando materiais, tornando-os biodegradáveis. Os bioplásticos são produzidos “[...] a partir de matérias-primas de fontes renováveis” (ABNT, 2008, p.1). Já os plásticos biodegradáveis podem ser obtidos ou a partir de derivados do petróleo e/ou de fontes naturais renováveis (MOHANTY et al, 2005 apud BRITO et al, 2011, p.128).
O estudo exploratório foi delineado na forma de pesquisa bibliográfica. Foram identificadas as características dos bioplásticos e dos plásticos biodegradáveis para avaliar o impacto dessas eco-inovações, de acordo com os critérios de ecoeficiência definidos pelo WBCSD (2001): a) redução do consumo de materiais; b) redução na quantidade de energia utilizada; c) redução da dispersão de substâncias tóxicas; d) aumento da reciclabilidade dos materiais; e) utilização de recursos renováveis; f) prolongamento do ciclo de vida dos produtos; g) agregação de valor aos bens.
Os bioplásticos são produzidos a partir de matérias-primas renováveis, e possuem as mesmas características do plástico tradicional derivado do petróleo: são duráveis, recicláveis e inertes, além de sequestrarem o CO2 do ambiente, através do processo de fotossíntese, realizado durante a produção da cana-de-açúcar. Os plásticos tipo biodegradáveis emitem CO2 e/ou, CH4, ambos gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global, além do que os plásticos oxi-biodegradáveis, também, dispersam substâncias tóxicas, os metais pesados utilizados na sua produção.
Os bioplásticos são mais ecoeficientes que os plásticos biodegradáveis, visto que atendem aos sete critérios estabelecidos pelo WBCSD (2001), além de possuírem as mesmas características dos plásticos tradicionais: durabilidade, reciclabilidade e são inertes. Os biodegradáveis emitem GEE, além do que os oxi-biodegradáveis, também, dispersam metais pesados, considerados substâncias tóxicas. Destaca-se que, para não comprometer a ecoeficiência dos bioplásticos, é necessário assegurar seu retorno ao processo produtivo através da coleta seletiva dos seus resíduos pós-consumo.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15448-1: embalagens plásticas degradáveis e/ou renováveis. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 2 p. MAGRINI, Alessandra et al. Impactos ambientais causados pelos plásticos: uma discussão abrangente sobre os mitos e os dados científicos. Rio de Janeiro: E-papers, 2012. WORLD BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT (Suiça). A eco-eficiência: criar mais valor com menos impacto. Lisboa: WBCSD, 2001. Disponível em: . Acesso em: 13 set. 2017.