Resumo

Título do Artigo

VESTUÁRIO SUSTENTÁVEL: ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DO MODO DE PRODUÇÃO SLOW FASHION EM EMPRESAS BRASILEIRAS
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Tema

Estudos organizacionais em sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Marcia Meira Berti Fiorin
Universidade Federal de Santa Catarina - Responsável pela submissão
2 - Alyne Sehnem
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
3 - Lauro Mattei
Universidade Federal de Santa Catarina -

Reumo

O slow fashion é um modo de produção de vestuário baseado nos princípios de sustentabilidade, o qual Incentiva uma maior transparência em todas as etapas do produto ao longo da cadeia de abastecimento e produção, priorizando a redução da poluição, o uso de fibras ecológicas, métodos tradicionais de produção e melhores condições de trabalho aos operários. Também preza por incentivar os consumidores para considerar sua compra de uma forma holística compreendendo o impacto ambiental e social.
O slow fashion tem ganhado o mundo, e no Brasil já é uma realidade como escolha de negócio por fabricantes de vestuário. Assim, com o objetivo de identificar as principais características das empresas alinhadas ao modelo de produção slow fashion foi realizada a presente pesquisa em empresas de vestuário brasileiras alinhadas ao princípio de produção sustentável.
O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades (OUR COMMOM FUTURE, 1987). O movimento Slow Fashion corrobora com este conceito quando preconiza uma maior consciência dos impactos dos produtos sobre os trabalhadores, a comunidade e o ecossistema (JOHANSSON, 2010; FLETCHER; GROSE, 2012). Dessa maneira, o slow fashion baseia-se na sustentabilidade na indústria da moda e incorporando design de alta qualidade, pequenas linhas, produções regionais e trabalho justo.
A fim de alcançar o objetivo proposto, nesse estudo foram analisadas cinco empresas de confecções sediadas no Brasil, selecionadas a partir da lista apresenta no guia Slow Down Fashion, sendo escolhida uma empresa de cada região do país. A pesquisa é exploratória, de natureza qualitativa, e para a coleta de dados utilizou-se a observação não estruturada (RICHARDSON, 2008), realizada nos websites das empresas. Segundo Selttiz et al (1975) a observação é uma técnica científica na medida em que serve a um objetivo formulado, portanto, o método é adequado ao objetivo desta pesquisa.
Os dados da pesquisa demonstram que a filosofia do slow fashion está presente nas empresas analisadas: Acolá, Armário Orgânico, Aurora, Iglou Kids e Natural Cotton Color. Elas fazem parte do Slow Down Fashion, Guia de marcas e projetos locais e inovadores e priorizam características do movimento em seu modelo de negócio. Também atentam para as cinco dimensões que formam o conceito de slow fashion (JUNG; JING, 2014). Em todas as empresas verificou-se que há uma preocupação na escolha das matérias primas, com prioridade para materiais orgânicos, como o algodão, linho, lã e malha PET.
Os dados levantados demonstram que as características das empresas alinhadas ao slow fashion são: os produtos são feitos para durar; os materiais são de alta qualidade e ecológicos; a mão de obra é local; incentiva o consumo consciente; a produção é mais lenta em relação ao modelo dominante, priorizando a redução de poluição em todo o processo produtivo; a remuneração justa e a valorização da cultura e de métodos tradicionais de produção são valores presentes divulgados pelas empresas analisadas. Prezam por valores como: transparência no processo produtivo e remuneração justa.
FLETCHER, Kate; GROSE, Lynda. Moda & Sustentabilidade: design para Mudança. São Paulo: Senac, 2012. JOHANSSON, Eleonor. SlowFashion: An Answer for a Sustainable Fashion Industry. Dissertação. The Swedish School of Textiles, University of Boras, Boras,Sweden, 2010. PIMENTA, Handson Cláudio Dias (Org.). Sustentabilidade empresarial: práticas em cadeias produtivas. Natal: IFRN, 2010. JUNG, Sojin; JIN, Byoungho. From quantity to quality: understanding slow fashion consumers for sustainability and consumer education. International Journal of Consumer Studies Volume 40, Issue 4, 1 July 2016.