Resumo

Título do Artigo

PLATAFORMAS DE TRANSPORTE PARTICULAR E COMPORTAMENTO SUSTENTÁVEL: RELAÇÃO E IMPACTOS NA MOBILIDADE URBANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
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Tema

Cidades sustentáveis e inteligentes/smart cities

Autores

Nome
1 - Natalia Isepi Paula
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2 - Kavita Miadaira Hamza
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP) - Responsável pela submissão

Reumo

As plataformas de compartilhamento podem trazer impactos de profunda importância para a preservação do meio ambiente. Entretanto, os aplicativos de compartilhamento de caronas e carros podem tanto contribuir para a mobilidade urbana das cidades, quanto prejudicá-la. Devido ao alto conforto e o baixo custo oferecido para utilizar um veículo particular pelos aplicativos, os usuários podem estar deixando de preferir o transporte público em determinadas situações para então utilizar o transporte privado, por exemplo.
Este estudo tem como finalidade analisar as preferências de meios de transporte dos moradores de grandes cidades diante da introdução das plataformas de transporte particular (Uber, 99, EasyGo, Cabify, Lady Driver etc) no meio urbano. Os comportamentos dos usuários foram estudados para identificar se esse tipo de inovação traz mudanças nas preferências entre transporte público e privado, se ela impacta na mobilidade urbana e se sua adoção possui relação com o comportamento sustentável.
Diversas variáveis podem interferir na escolha dos transportes pelos cidadãos e na adoção dessas tecnologias, como: duração do percurso, preço, segurança e conforto. Dependendo das preferências da população, o uso dos aplicativos de transporte particular pode acabar prejudicando a mobilidade urbana da metrópole, ao invés de contribuir para a diminuição da quantidade de carros próprios em circulação. O estudo da Schaller Consulting (2017) comprovou que o uso de aplicativos de corridas particulares contribuem para o aumento do trânsito e a diminuição do uso de transporte público na cidade de NY.
O método de análise escolhido foi o quantitativo, por meio da técnica de experimentos, apresentando um dos 9 cenários elaborados para cada um dos entrevistados. Cada cenário apresenta uma situação comparando duas opções de transporte, citando informações a respeito do tempo de viagem e custo de cada um deles. Cada cenário foi aplicado a uma amostra de 50 a 80 estudantes, de 18 a 37 anos. Escolheu-se aplicar a pesquisa em universidades na região metropolitana de São Paulo. Todos os cenários foram testados em todas as regiões, de forma aleatória.
Para curtas distâncias, as plataformas de transporte particular não são atrativas para essas pessoas, não apresentando assim, no cenário atual, impactos negativos para a mobilidade urbana das regiões metropolitanas de São Paulo. Entretanto, nota-se que para longas distâncias os respondentes se mostram mais flexíveis a utilizar os aplicativos, já que a total preferência por transporte público cai 11,8% com relação ao ônibus e 13,1% com relação a metrô quando comparados aos dados coletados para curtas distâncias.
Em relação aos impactos dos aplicativos de carona na mobilidade urbana de regiões metropolitanas de São Paulo, pode-se concluir que atualmente eles pouco afetam o modo com que as pessoas se locomovem no meio urbano. Mesmo com 83% dos estudantes declarando que usam os aplicativos, a maior frequência de uso está entre 1 a 3 vezes por mês (48,2%), sendo esse consumo bastante baixo quando considerados todos os trajetos percorridos por eles mensalmente.
Beckmann, J. (2013). Collaborative Mobility: Peer-to-Peer expands into the world of transport. Mobiletätsakademie. Alemanha. Bógus, L. M. M.; Pastermak, S. (2015). São Paulo: Transformação na ordem urbana. Metrópoles: território, coesão social e governança democrática. Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Schaller Consulting. (2017). Unsustainable? The Growth of App-Based Ride Services and Traffic, Travel and the Future of New York City. Disponível em http://schallerconsult.com/rideservices/unsustainable.pdf. Acesso em 15/04/2017.