Resumo

A Ecologia Industrial surgiu na década de 80 e estuda formas de aproveitar os resíduos e minimizar a extração de recursos naturais, tendo como uma das ferramentas a chamada simbiose industrial, que se baseia em remanejar um resíduo gerado por uma indústria para outra, que a receberá como insumo de seu processo. O resíduo orgânico apesar de não perigoso, por apresentar grande volume, se não destinado e tratado da forma adequada, pode poluir o meio ambiente. Ele é aproveitado por uma empresa no Rio de Janeiro para a fabricação de adubo através da compostagem, tema abordado por este trabalho.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a simbiose industrial dos resíduos orgânicos como alternativa para minimizar os impactos tanto ambientais como sociais (geração de chorume e gases do efeito estufa, precariedade das condições de trabalho dos catadores, etc), apresentando um estudo de caso de uma usina de compostagem no estado do Rio de Janeiro que atua com grandes geradores de resíduo orgânico.

A compostagem é um processo que pode ser observado na natureza, que ocorre de maneira espontânea, por ação de organismos decompositores que degradam a matéria orgânica em forma de nutrientes que podem ser absorvidos pela vegetação. Tendo em vista que, assim como em escala doméstica, grandes empresas geram tanto resíduos sólidos recicláveis secos quanto os resíduos orgânicos, ao assumir que a compostagem é um processo de reciclagem, sendo portanto os resíduos orgânicos passíveis de reciclagem, tem-se uma ferramenta importante para se pensar numa gestão ambiental mais completa e eficiente.

Pesquisa bibliografica exploratória e levantamento de dados de pesquisas anteriores relacionadas com gestão de resíduos sólidos, além da experiência de estágio de uma das autoras na usina de compostagem objeto do estudo de caso apresentado.

A adoção e o incentivo à prática da compostagem tem papel fundamental na melhora do desempenho ambiental não só das empresas, mas como do país como um todo, desde que haja iniciativa da gestão pública para o fomento desse método. Pelo ponto de vista da gestão ambiental empresarial, fazer com que os resíduos orgânicos façam parte de forma contundente do PGRS da empresa, com a mesma relevância que os demais resíduos recicláveis já são tratados, pode melhorar o desempenho ambiental da empresa, pois contribui com a diminuição das emissões de GEE da empresa, reduzindo assim a pegada de carbono.

Além de se estar ampliando um mercado pouco explorado atualmente, gerando empregos e capacitação técnica, a compostagem de resíduos orgânicos, minimizaria em grande parte o volume de lixo enviado para os aterros e lixões, consequentemente diminuindo os impactos no meio ambiente e prolongando o tempo de vida útil dos aterros sanitários. É necessário então que o Estado adote ferramentas de ecologia industrial, como a simbiose industrial, incentivando assim o aproveitando do resíduo orgânico, propondo ferramentas legais para a melhor gestão deste resíduo em empresas.

ABRELPE. 2015. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. ADEODATO, SÉRGIO. 2014. Aliança Resíduo Zero Brasil. BRASIL. 2010. Lei Federal nº 12.305 de 2010. GIANETTI, BIAGIO F E ALMEIDA, CECÍLIA M.V.B. 2006. Ecologia Industrial: Conceitos, Ferramentas e Aplicações. Ministério do Meio Ambiente. 2017. Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos - Manual de Orientação. Ministério do Meio Ambiente. 2018. Gestão de resíduos orgânicos: Ministério do Meio Ambiente. VIDEVERDE COMPOSTAGEM. 2018. Sobre a empresa: VIDEVERDE COMPOSTAGEM.