Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS NA INCUBAÇÃO DE COOPERATIVAS DE RECICLAGEM: EVIDÊNCIAS A PARTIR DA MEMÓRIA COLETIVA E DA ETNOMETODOLOGIA
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Tema

Empreendedorismo e negócios de impacto

Autores

Nome
1 - Robinson Henrique Scholz
Universidade La Salle - Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos Responsável pela submissão
2 - Maria de Lourdes Borges
Universidade La Salle - PPG Memória Social

Reumo

O desafios que permeiam o desenvolvimento das cooperativas de catadores no contexto da reciclagem são das mais variadas ordens e necessitam de projetos socioambientais para contribuir com soluções inovadoras, tais como aqueles resultantes de incubadoras universitárias de economia solidária. Nesse sentido, a memória coletiva dos sujeitos que atuam nas cooperativas pode ajudar a criar soluções inovadoras para a sustentabilidade do negócio. Neste contexto, a etnometodologia pode ser uma metodologia que contribui para as práticas socioambientais em cooperativas de reciclagem.
O problema de pesquisa é: de que maneira as práticas socioambientais na incubação de cooperativas de reciclagem podem ser desenvolvidas pela perspectiva da memória coletiva e da etnometodologia? Assim, o objetivo é analisar práticas socioambientais de incubação de cooperativas de reciclagem desenvolvidas em uma incubadora universitária de economia solidária da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS a partir das perspectivas teórica da memória coletiva e metodológica da etnometodologia.
Estudos recentes apontam a etnometodologia como uma alternativa metodológica ao desenvolvimento de empreendimentos econômicos solidários, levando em consideração as práticas sociais endógenas alinhados à memória coletiva (GUTIERREZ; BORGES, 2019). A atuação das incubadoras universitárias de economia solidária podem se valer da etnometodologia como instrumento de gestão e de formação com os empreendimentos incubados. A memória coletiva (HALBWACHS, 2006) pode contribuir na formação dos modos de pensar e agir nos contextos da economia solidária (GUTIERREZ; BORGES, 2019).
O método de pesquisa aplicado é qualitativo e descritivo. O corpus documental inclui 19 entrevistas semiestruturadas com cooperados e equipe, 60 cadernos de campo elaborados a partir de 157 horas observações etnometodológicas (GARFINKEL, 2018) durante as atividades de trabalho e de incubação e documentos em papel e digitais como artefatos da memória (preservar corpus documental para a sustentabilidade ambiental e da memória). A análise de conteúdo temática (BARDIN, 2011) é técnica adotada para interpretação analítica dos dados.
As análises apontam que a etnometodologia pode ser reveladora à reflexão mais profunda às práticas de incubação de cooperativas de reciclagem pesquisadas, levando em consideração a descrição etnometodológica em diários de campo. Estes dados, associados à memória coletiva - troca entre o individual e o coletivo (HALBWACHS, 2006) e que valoriza vivências em prol da sustentabilidade - apresentam impactos nas cooperativas, permitindo melhor efetividade nas operações da reciclagem. E a recriação da memória coletiva faz com que os cooperados aprimorem suas práticas, gerando inovação social.
Ainda há desafios no que refere à recriação da memória coletiva nesses espaços de economia solidária, uma vez pela rotatividade de catadores nas cooperativas, a memória torna-se fragilizada prejudicando a socialização e a sinergia do grupo e da sua sustentabilidade. Como resultado, a pesquisa desenvolveu a tecnologia social 'Etnometodologia na Incubação de Cooperativas'. Destaca-se a importância da tecnologia social na incubação de cooperativas e no fomento da transformação socioambiental nas comunidades pesquisadas na Região Metropolitana de Porto Alegre.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Ed. rev. e ampl. São Paulo: Edições 70, 2011. HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006. GARFINKEL, Harold. Estudos de etnometodologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018. GUTIERREZ, A. L. P.; BORGES, M. L. Memória coletiva, práticas identitárias e etnometodologia na economia solidária. Contribuciones a las Ciencias Sociales, julio, 2019.