Resumo

Título do Artigo

Características Financeiras e Emissão de Gases de Efeito Estufa: uma análise das empresas brasileiras listadas na B3.
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Tema

Indicadores e modelos de mensuração da sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Romulo Alves Soares
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará Responsável pela submissão
2 - LAHIS MURIEL FELICIANO DOS SANTOS
Universidade Federal do Ceará - UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
3 - Tatiana Aquino Almeida
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará
4 - Jislene Trindade Medeiros
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará

Reumo

Com o passar dos anos, o aumento dos riscos relacionados à mudança climática ao qual estão sujeitas as empresas, têm atraído maior atenção de diversos stakeholders como investidores institucionais, bancos, agências governamentais, ONGs e consumidores (ELEFTHERIADIS; ANAGNOSTOPOULOU, 2014). Tendo em vista esta maior consciência dos stakeholders quanto a estas questões, incorporar a mudança climática em uma estratégia operacional mais limpa, por meio de uma redução na emissão de gases de efeito estufa (GHG), tem se tornado fator crucial para as empresas (WAHYUNI; RATNATUNGA, 2015).
Tendo em mente a urgência que permeia a questão da mudança climática, cujo principal fator antropogênico é a emissão de GHG, e que as características financeiras das empresas têm relação com esse nível de emissão, seja devido à sua capacidade produtiva, seja por meio de implementação de medidas redutivas, a pesquisa traça como objetivo averiguar como as características financeiras das empresas brasileiras afetam a emissão de GHG.
Artiach et al. (2010) afirma que se os investimentos em questões ambientais de uma empresa são determinados pelos seus stakeholders, então diferenças entre níveis de desempenho ambiental das empresas podem ser explicadas a partir de diferenças nas características das empresas que estão sujeitas a pressão de stakeholders diferenciados. Espera-se, de modo geral, que o poder de um stakeholder esteja positivamente associado com o desempenho social corporativo (ULLMANN, 1985; ARTIACH et al., 2010).
Para a realização da pesquisa, utilizou-se como amostra todas as empresas brasileiras de capital aberto que realizaram seu inventário de emissão de GHG entre 2010 e 2018, totalizando 338 observações ao longo do período. Para verificar como características financeiras da empresa como tamanho, rentabilidade, endividamento, crescimento das vendas, concentração de propriedade e setor de atuação afetam na emissão de GHG das empresas, foram utilizadas as técnicas de análise de regressão quantílica e árvore de classificação e regressão.
Os resultados mostram que o tamanho da empresa afeta positivamente na relação GHG/Receita, mas tal relação fica mais fraca nos quantis mais elevados de emissão. A rentabilidade apresentou uma relação negativa e significante nos três quantis em que foram realizadas as regressões. O endividamento mostrou uma relação negativa e significante, mas a relação não se mostra significante nos níveis mais altos de emissão de GHG. O crescimento das vendas e a concentração de propriedade não se mostraram significantes em nenhuma das análises realizadas.
Os resultados obtidos nesta pesquisa podem ser vistos de modo complementar ao de pesquisas como as de Choi, Lee e Psaros (2013) e Eletheriadis e Agnastopoulou (2015), que estudaram a evidenciação de GHG. Tais autores mostram, por exemplo, que maiores empresas divulgam melhor seu nível de emissão de GHG, no entanto, ao se analisar a emissão das empresas em relação ao seu nível de receita, percebe-se que empresas maiores são menos eficientes na sua gestão da emissão de GHG.
CHOI, Bo Bae; LEE, Doowon; PSAROS, Jim. An analysis of Australian company carbon emission disclosures. Pacific Accounting Review, v. 25, n. 1, p. 58-79, 2013. ELEFTHERIADIS, Iordanis M.; ANAGNOSTOPOULOU, Evgenia G. Relationship between corporate climate change disclosures and firm factors. Business Strategy and the Environment, v. 24, n. 8, p. 780-789, 2015. WAHYUNI, Dina; RATNATUNGA, Janek. Carbon strategies and management practices in an uncertain carbonomic environment–lessons learned from the coal-face. Journal of Cleaner Production, v. 96, p. 397-406, 2015.