Resumo

Título do Artigo

EFEITOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL
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Autores

Nome
1 - Danielle Bandeira de Mello Delgado
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA - UFPB - Campus 1 Responsável pela submissão
2 - KAROLLYNE MARQUES DE LIMA
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3 - Camila Alves dos Santos Siqueira
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4 - Dyego Souza
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5 - monica carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA - UFPB - Departamento de Engenharia de Energias Renováveis

Reumo

A crise sanitária mundial instalada no início do ano de 2020 obrigou os líderes globais a tomarem medidas para impedir a transmissão da COVID-19, doença provocada pelo coronavírus. Algumas dessas medidas incluíram bloqueios em massa, redução substancial da mobilidade e lockdown, tendo por consequência, uma redução das atividades econômicas e do consumo de energia. Este estudo apresenta análises estatísticas que verificam o efeito das medidas de distanciamento físico e da mobilidade sobre as tendências de consumo de energia do sistema elétrico brasileiro e seus subsistemas.
No Setor Elétrico Brasileiro, a pandemia tem causado a apreensão de agentes, governo e consumidores com os possíveis impactos econômico-financeiros, exigindo ações que garantam a solvênciado setor (Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, 2020). Este estudo analisa o efeito das restrições de mobilidade sobre as tendências de consumo de energia do sistema energético brasileiro e seus subsistemas. faz uma análise das ações que foram tomadas para minimizar as perdas econômico-financeiras das distribuidoras de energia.
No Brasil, o primeiro trimestre de 2020 apresentou queda de 0,9% no consumo de energia elétrica na comparação com os valores de 2019, e os setores residencial, industrial e comercial apresentaram quedas de 0,3%, 0,4% e 2,2%, respectivamente (Empresa Brasileira de Pesquisa Energética - EPE, 2020a). Na revisão extraordinária da previsão de carga para 2020, o impacto da redução do consumo foi vivenciado em todas as regiões do Brasil, com a região Sudeste / Centro-Oeste apresentando a queda mais significativa (-3,6%), seguido pelas regiões Nordeste (-2,3%), Sul (-1,9%) e Norte (-1,5%) (EPE,2020b).
A análise utilizou dados de consumo de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN), disponíveis no histórico de operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS, 2020). Todos os estados brasileiros estão ligados ao ONS, exceto Roraima (região Norte), que depende da importação de energia elétrica da Venezuela e da energia fornecida pelas usinas termelétricas locais. Os dados diários consideraram o consumo de eletricidade mais as perdas, conforme reportado pelo balanço diário de eletricidade doONS. Os dados de consumo foram coletados diariamente, em GWh médio.
Os resultados do estudo demonstram uma redução no consumo de energia elétrica no Brasil e em suas regiões geográficas quando comparados os períodos anteriores e posteriores ao início das restrições de mobilidade devido a COVID-19. Como as regiões geográficas brasileiras apresentam perfis diferenciados de consumo de energia elétrica, as dinâmicas de queda também foram diferentes. Com o aumento do regime de teletrabalho para uma parcela da população brasileira, o consumo residencial de eletricidade aumentou. Observou-se também uma queda acentuada do consumo sos setores industrial e comercial.
As mudanças de comportamento devido a pandemia da COVID-19 impactaram significativamente os níveis de consumo de energia elétrica no Brasil e seus padrões semanais, com quedas estatisticamente significativas. O alívio dos bloqueios e o fim da pandemia deve (pelo menos em teoria) permitir lentamente o retorno do consumo de eletricidade para valores pré-pandêmicos. No entanto, a pandemia pode ter afetado permanentemente os padrões de comportamento.
AGÊNCIA BRASIL. Saiba como os estados brasileiros estão retomando a atividade econômica. Disponível em . Acesso em 14 set 2020. ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponível em Acesso em 10set 2020. Agostini, C. A., Guzmán, A. M., Nasirov, S., & Silva, C. (2019). A surplus based framework for cross-border electricity trade in South America. Energy Policy, 128, 673-684