Resumo

Título do Artigo

Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: uma abordagem sobre o potencial de reciclagem
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Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Ingrid Felizardo Chaves Cicca
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Programa de Pós-graduação em Práticas em Desenvolvimento Sustentável Responsável pela submissão

Reumo

Chartier, Y. (Ed.). (2014) indica que entre 75% e 80% dos resíduos gerados no processo de assistência à saúde são similares aos domiciliares. No entanto, a reciclagem ainda não se configura como uma prática totalmente estabelecida e predominante nos processos de gerenciamento de resíduos dos hospitais. A coleta seletiva poderia ser alavancada ou até mesmo alavancada com a adoção de processos criteriosos de classificação e separação adequada dos resíduos no momento e local de sua geração.
Segundo Abrelpe (2018), 36,2% do volume total de 252.948 toneladas de resíduos de serviços de saúde coletados pelos municípios, tiveram como disposição final os lixões. Por se tratar de um local de disposição final de resíduos sem nenhuma preparação do solo ou a adoção de mecanismos de prevenção da poluição, os lixões causam graves impactos ambientais e sociais. O setor de saúde, sendo um grande gerador de resíduos sólidos, tem um papel social extremamente importante na mudança deste cenário. Nesse contexto, a reciclagem tem especial significado para a economia e o meio ambiente.
Uma característica marcante inerente a atividade de assistência à saúde é a grande quantidade de resíduos que são gerados diariamente, sendo eles classificados como perigosos e não perigosos. Chartier, Y. (Ed.). (2014) aponta que uma proporção significativa, entre 75% a 80%, de todos os resíduos gerados nos estabelecimentos de saúde, deve ser classificada como não perigosos, pois são muito similares aos resíduos sólidos urbanos. Os demais 20% são considerados materiais perigosos. Segundo Bidone et al. (1999), pouco do que é enviado para os aterros sanitários poderia ser chamado de lixo.
Este estudo foi embasado por meio de análises de dados e pesquisas bibliográficas relacionadas ao tema gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. A partir de consultas realizadas nos Relatórios de Sustentabilidade disponíveis nos sites das instituições de saúde pesquisadas e na base de dados da Global Report Iniciative (GRI’s Sustainability Disclosure Database), padrão mundialmente aceito e adotado para relatos de sustentabilidade, foram extraídos os dados de geração de resíduos usados na pesquisa.
Embora uma grande parcela dos resíduos gerados seja passível de reciclagem, evidenciou-se junto as instituições de saúde pesquisadas que somente uma pequena fração, correspondente a 16% do volume total de resíduo comum gerado, tem seguido os trâmites necessários para a destinação ambientalmente adequada.
Tendo em vista a relevância do gerenciamento de resíduos para as instituições de saúde, para a sociedade e para o meio ambiente, considera-se extremamente importante a promoção contínua da educação ambiental junto aos profissionais de saúde. Conclui-se que somente esta ação não mudará o atual cenário de reciclagem identificado no presente estudo, uma que se faz necessário atuar em outras frentes de trabalho como, por exemplo, investimentos necessários para viabilizar estrutura física e instrumentos adequados a operacionalização da coleta seletiva, construção de parcerias entre outros.
ABRELPE. (2018) Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Disponível em: http://abrelpe.org.br/panorama. Acesso em: 11 de junho de 2020. BRASIL. (2004) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução da Diretoria Colegiada no 222, de 28 de março de 2018. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 mar. 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/RDC_222_2018_.pdf/c5d3081d-b331-4626-8448-c9aa426ec410. Acesso em: 03 junho de 2020.