Resumo

Título do Artigo

DESCARTE DE MEDICAMENTOS E RESÍDUOS PERFUROCORTANTES: CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DE LOGÍSTICA REVERSA SOB A PERSPECTIVA DE DIFERENTES ATORES
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Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Mônica Maria Dillenburg
Universidade Feevale - Novo Hamburgo
2 - Paola Schmitt Figueiró
Universidade Feevale -
3 - Cristiane Froehlich
Universidade Feevale - Instituto de Ciências Humanas e Sociais Responsável pela submissão
4 - Manuela Albornoz Gonçalves
Universidade Feevale - Mestrado em Administração

Reumo

A automedicação é um problema sério em diversos países, dentre eles, o Brasil. A Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas indica que, cerca de 80 milhões de pessoas têm o hábito de se automedicar, pois nas farmácias de todo o país, a maioria dos medicamentos é vendida sem a necessidade da prescrição médica. Surge como consequência a necessidade do descarte destes medicamentos e demais resíduos perfurocortantes. O descarte correto a ser feito pela população seria por meio do retorno ao fabricante que o produziu, o que é definido pelo termo logística reversa.
Como não há campanhas eficientes que possam mobilizar a população quanto as consequências geradas ao ambiente pelo descarte incorreto, grande parte desconhece o que deve ser feito. Diante disso: Como se dá o processo de descarte e logística reversa de medicamentos e perfurocortantes e quais as principais consequências ambientais e sociais destas práticas? Objetivo: caracterizar as práticas de descarte e logística reversa de medicamentos e perfurocortantes na perspectiva de diferentes atores envolvidos.
A logística reversa é a área da logística empresarial que se ocupa com o retorno das mercadorias não consumidas (porém já vencidas ou defeituosas) e já consumidas (desperdícios de matéria-prima derivada de algum processo produtivo e resíduos sólidos no geral). Como consequência das altas taxas de crescimento de produtos com baixos ciclos de vida mercadológico e de vida útil nas atuais maneiras de consumo, o regresso destes produtos, por diversas razões, tem exigido maior envolvimento organizacional, tanto no mundo como também mais recentemente no Brasil (LEITE, 2005).
Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada em duas fases, a primeira de caráter qualitativo com representantes de empresas situadas na Região do Vale do Sinos no estado do Rio Grande do Sul, e a segunda, uma abordagem quantitativa, a partir de uma Survey Os dados foram provenientes de entrevistas em profundidade e aplicação de questionário estruturado. Além disso, foram utilizados dados secundários, como legislação, documentos e dados estatísticos do setor. Para análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo qualitativa e tabulação descritiva quantitativa.
A população possui uma parcela considerável sem conhecimento sobre o local correto de descarte de medicamentos e perfurocortantes, além de 27,16% afirmarem realizar o descarte no lixo comum. Neste sentido, nota-se a necessidade da orientação e conscientização da população frente aos impactos que são causados ao meio ambiente e a sociedade. A população representada pelos respondentes, em sua maioria concorda com a inserção de mais pontos de coleta destes resíduos.
Quanto aos impactos ambientais e sociais, pode-se concluir que estes acontecem pelo descarte incorreto destes resíduos, que de encontro com a natureza trazem componentes químicos que alteram a capacidade de sustentabilidade que aquele local possui, além de poder alterar o fluxo com que os animais e as plantas vivem, tendo estes que se readaptarem ou perecerem. Quanto aos impactos sociais, é possível perceber que os impactados diretamente são os atores que trabalham com a segregação de resíduos, e indiretamente, todos são impactados.
BALBINO, M. L. C.; BALBINO, E. C. O descarte de medicamentos no Brasil: Um olhar socioeconômico e ambiental do lixo farmacêutico. Revista Brasileira de Estudos Jurídicos–Faculdades Santo Agostinho, 87-100, 2017. BARTHOLOMEU, D. B. (Org.). Logística ambiental de resíduos sólidos. Atlas: São Paulo, 2011. BLANKENSTEIN, G. M. P.; JUNIOR, A. P. O descarte de medicamentos e a Política Nacional de Resíduos Sólidos: uma motivação para a revisão das normas sanitárias. Revista de Direito Sanitário, 50-74, 2018.