Resumo

Título do Artigo

Projeto Pé de Igualdade: práticas de inclusão de pessoas com deficiência e a influência no desenvolvimento organizacional
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Katiane dos Santos Souza
Universidade Feevale - Instituto de Ciências Sociais e Humanas
2 - Paola Schmitt Figueiró
Universidade Feevale - Responsável pela submissão
3 - Mariana Vargas
Universidade Feevale - Administração

Reumo

No último censo demográfico, 45,6 milhões de brasileiros se declararam pessoas com deficiência, representando 23,9% da população brasileira (IBGE, 2010). Em nota técnica, o IBGE (2018) ponderou que a presença total é de 6,9% das pessoas brasileiras com deficiência, com foco na compreensão de limitação das pessoas. Sendo que destas, 0,8% são pessoas com deficiência intelectual. Atrelado à lei de cotas, que regula o percentual de vagas destinadas à PCD nas empresas, incluir as pessoas com deficiência se tornou um desafio para as organizações (SIMONELLI; CAMAROTTO, 2011).
A inclusão de PCDs tem compromisso ético de promover a diversidade, respeitar as diferenças, sendo um relevante tema organizacional, com capacidade de influenciar na transformação da sociedade (ETHOS, 2002). Diante disto, tem-se como problema de pesquisa: como as práticas de inclusão de uma empresa podem influenciar no desenvolvimento profissional de pessoas com deficiência? Com isto, o objetivo gera é analisar como as práticas de inclusão podem influenciar no desenvolvimento das pessoas com deficiência e da organização.
Uma empresa inclusiva acredita no valor da diversidade humana, efetua mudanças no ambiente de trabalho, conscientiza e provém um mercado de trabalho mais inclusivo (SASSAKI, 2010). A diversidade reconhece que as pessoas experimentam o mundo do trabalho de maneiras diferentes, por isto, a significância de estabelecer um ambiente em que todos os colaboradores se sintam seguros, valorizados e reconhecidos (KIM, 2006). A inclusão demanda superação de paradigmas: transformar ambientes organizacionais e a mentalidade das pessoas, mudanças estruturais e de relacionamento (SIMONELLI; CAMAROTTO, 2011).
Foi realizado um estudo de caso na indústria de calçados Usaflex, com abordagem qualitativa. O foco da pesquisa foi o projeto Pé de Igualdade e suas práticas de inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho. Foram realizadas entrevistas semiestruturas com membros do comitê de diversidade, pais e pessoas com deficiência. Além disso, foi realizada observação participante e acesso a dados secundários, permitindo a triangulação de dados.
Foi possível identificar que o projeto capacita e inclui efetivamente as pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho, oportunizando o seu desenvolvimento e trazendo benefícios tanto para a empresa como para seus colaboradores. Houve uma transformação no ambiente de trabalho, associado à oportunidade dada aos pais de acompanharem o desenvolvimento de seus filhos, e a pessoa com deficiência uma oportunidade de ser protagonista da sua carreira profissional.
Os resultados corroboram com a inclusão no mercado de trabalho. O efeito do projeto é positivo na vida das famílias que imputam a importância ao desenvolvimento da PCD. Nos relatos dos pais, a participação de seus filhos proporciona grandes realizações, em virtude da sua inserção no mercado de trabalho, permitindo desfrutar de uma oportunidade igualitária. As mudanças nas suas vidas são quanto à obtenção de renda pela PCD, além do fato de contribuir com o desenvolvimento de suas habilidades, construir laços de confiança, de amizade e terem oportunidade de carreira.
KIM, Byeong Yong. Managing Workforce Diversity, Journal of Human Resources in Hospitality & Tourism, 2006, Vol.5:2, p.69-90, DOI: 10.1300/J171v05n02_05. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão construindo uma sociedade para todos: Rio de Janeiro: WVA, 2010. 180 p. SIMONELLI, Angela Paula; CAMAROTTO, João Alberto. Análise de atividades para a inclusão de pessoas com deficiência no trabalho: uma proposta de modelo. Gest. Prod., São Carlos, 2011, v.18, n.1, p.13-26.