Resumo

Título do Artigo

UM ESTUDO EMPÍRICO DAS POSIÇÕES DAS ECONOMIAS MAIS COMPETITIVAS NOS RANKINGS GLOBAIS DE SUSTENTABILIDADE
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Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Andrei Giovani Maia
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM - Departamento de Ciências Econômicas - Campus de PM Responsável pela submissão
2 - Carlos Gilbert Conte Filho
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM - Ciências Econômicas
3 - Elaine Ferreira
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

Reumo

Assim como os estudos de autores como Sachs (2000), Veiga (2010b), Elkington (2012) e Munck (2013) sugerem a possibilidade de um colapso do sistema econômico, social e ambiental, caso permaneça o uso insustentável dos recursos naturais disponíveis, tais estudos também apontam a dimensão econômica como um dos alicerces da sustentabilidade o que teoricamente mostra, desde que respeitados certos limites, a possibilidade de coexistência entre os mercados e demais pilares da sustentabilidade.
O problema central da pesquisa: quais seriam as posições das economias mais competitivas nos rankings globais de sustentabilidade? Diante do embate teórico das perspectivas econômicas sobre a sustentabilidade, este estudo busca testar a hipótese do paradoxo entre economias competitivas e sustentabilidade e, consequentemente, apontar a perspectiva teórica que melhor retrata os resultados empíricos analisados. Para verificar tal hipótese este artigo teve como objetivo analisar de forma comparativa as posições de economias mais competitivas nos rankings globais de sustentabilidade.
O avanço dos estudos da sustentabilidade mostrou a complexidade que envolve este paradigma contemporâneo, o que levou ao surgimento de correntes teóricas distintas. Dentro das ciências econômicas, os estudos da sustentabilidade também apresentaram perspectivas teóricas distintas. Para Veiga (2010b) duas disciplinas consideradas científicas permeiam a noção de sustentabilidade: a economia e a ecologia e destas duas disciplinas surgem três perspectivas teóricas: economia convencional, ecológica e ecoeficiente.
Como procedimento metodológico, o estudo envolveu o tratamento estatístico dos dados de posicionamento das economias nos rankings globais de competitividade e de sustentabilidade. Na análise estatística foram aplicados os testes de causalidade e de correlação, além de uma análise regressão para avaliar o impacto da variável explicativa sobre a variável explicada. Entre os índices analisados estão: o World Competitiveness Ranking – WCR do IMD; e dois índices de sustentabilidade, um denominado Sustainable Development Goals – SDG e o outro denominado, Environmental Performance Index - EPI.
De acordo com os resultados obtidos no teste de causalidade, observa-se que, para os rankings de competitividade e de sustentabilidade referentes ao ano de 2020, a competitividade precede o índice de sustentabilidade. Pela na análise de correlação, pode-se dizer que as correlações entre competitividade e sustentabilidade são positivas (caminham na mesma direção), porém moderadas. Por fim, a análise de regressão mostrou que a cada posição que os países avançam no ranking de competitividade (WCR), há um aumento de 0,793 nas posições do SDG e 0,90 nas posições do EPI.
Neste estudo, entretanto, verificou-se que tal hipótese do paradoxo entre competitividade e sustentabilidade não se confirmou no período analisado e que a perspectiva da economia ambiental é a que melhor retrata o comportamento observado na análise empírica. O que de fato se observou é que – nos últimos anos – os países mais competitivos também apresentam posições de destaque nos rankings de sustentabilidade, inferência esta que foi confirmada pelos testes estatísticos.
ELKINGTON, J. Sustentabilidade: canibais com garfo e facas. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda., 2012. MUNCK, L. Gestão da sustentabilidade nas organizações. São Paulo: Cengage Learning, 2013. SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. VEIGA, J. E. Indicadores de sustentabilidade. Estudos Avançados. v. 24 n.68, p. 39-52, fev. 2010a. VEIGA, J. E. da. Sustentabilidade: a legitimação de um novo valor. São Paulo: Editora Senac, São Paulo, 2010b.