Resumo

Com a pandemia da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, muitas dúvidas e incertezas transitam pela população do mundo. Sem informações que possam pautar o planejamento das pessoas e dos empreendimentos um ar de insegurança paira sobre os que são habituados a gerir de forma mais organizada e racional. Consequentemente, atinge-se aqueles que gerem seus negócios sem a utilização de ferramentas e as incertezas já comuns neste tipo de empreendimentos acentuam-se ainda mais.

O artigo teve como problema de pesquisa norteador: quais impactos as ações de prevenção ao contágio à COVID-19 causaram nos empreendimentos? Tendo em vista essa questão, buscou-se analisar os impactos das ações de prevenção ao contágio à nova pandemia nos empreendimentos de diversas atividades.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no dia 11 de março de 2020 pandemia de COVID-19. A doença é ocasionada por uma nova cepa (tipo) de coronavírus denominada SARS-CoV-2, não existe ainda vacina e nem medicamentos antiviral específico para prevenir ou tratar a COVID-19, no entanto é recomendado o isolamento social (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2020). Nesse cenário muitos empreendimentos estão sendo fortemente impactados, para Endeavor (2020) diante de uma crise inédita, não há um manual pronto, nesse contexto a incerteza toma conta dos empreendedores.

Esta pesquisa teve caráter exploratório e descritivo, os dados foram coletados por meio de questionário com distribuição on line, aplicado entre os dias 1º a 18 de abril de 2020. Os dados foram tabulados e a análise foi descritiva. Colaboraram com o estudo empreendedores de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Mato Grosso e São Paulo. O tamanho da população não foi levantado no início do estudo e a coleta ocorreu no formato “bola de neve”, ou seja, uma pessoa repassando o questionário para outra conhecida sem controle.

Dos empreendimentos que participaram da pesquisa 36,1% são microempresas, 30,6% são pequenas empresas e 16,9 % são MEI. Não tem registro 4,9% e 7,1 % não respondeu ao questionamento. O restante está dividido em médias e grandes empresas, produtor rural e S.A. As mais impactadas foram as prestadoras de serviços, com 29% dos empreendimentos totalmente parados e 51% parcialmente parados. Percentualmente, os que continuam com as atividades normais foram 66,7% da agricultura e 22,2% da indústria.

O estudo contribuirá para auxiliar os empreendimentos e seus gestores a entender melhor o momento vivido e assim propor ações para ampará-los nas dificuldades vivenciadas na pandemia. Espera-se ainda que este estudo possa servir de base para outros momentos de dificuldades que possam ser vivenciados pelo mundo dos negócios.

GIONES, F. et al. Revising entrepreneurial action in response to exogenous shocks: considering the COVID-19 pandemic. Journal of Business Venturing Insights, Disponível em: 10.1016/j.jbvi.2020.e00186. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Principais informações. 24 de abril de 2020. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875. ENDEAVOR. Navegando pela crise – Benchmarks Endeavor.Disponível em: https://endeavor.org.br/pessoas/scaleups-navegando-crise/.