Resumo

Nesta era de transformação digital, as organizações precisam lidar com incertezas e dinamismo e, a pandemia de COVID-19 trouxe novos desafios: garantir operações diante do distanciamento social. O Estado de Santa Catarina decretou situação de emergência, diante do qual seu Tribunal Regional Eleitoral adotou o trabalho remoto de todo o corpo funcional para a realização de sua competência de solucionar conflitos de interesse eleitoral e manter o cadastro dos eleitores catarinenses, bem como organizar eleições para o preenchimento de cargos eletivos.

Há novos desafios para a aplicação de estratégias de comunicação ágeis e eficientes, visando a garantir a continuidade das atividades essenciais, que se tornam ainda mais emergentes com a iminência do período eleitoral, momento em que as atividades de planejamento e operacionais se intensificam com a proximidade do pleito. A pesquisa objetiva compreender como o TRE/SC tem superado as dificuldades de comunicação interna, em um contexto de trabalho remoto emergencial, garantindo a continuidade de suas operações, mediante análise das comunicações relacionadas à crise veiculadas pelo Órgão.

Comunicação eficaz implica o “fazer” da ação humana especializada e o “saber-fazer” com técnicas e operações, linguagens, atitudes e comportamentos e a capacidade de síntese. Observar o ambiente integralmente é indispensável para análise de contexto e planejamento de intervenções de comunicação. São elementos-chave na gestão de crise: liderança: quem comandará a gestão da crise; porta-voz: pessoa conhecedora do tema da crise; mensagem: o que se quer comunicar; time: momento certo de atuação e comunicação; stakeholders: públicos para comunicação; plano de crise: planejamento para enfrentamento.

Estudo de caso de caráter bibliográfico-documental, foram observados os atos e orientações divulgados pelo TRE/SC para o público interno, de 12/3/20 a 30/6/20. Avaliou-se os meios mais eficazes e o tempo de ação empregados para a comunicação no momento de crise. Foram avaliados 18 Boletins Internos 7 Resoluções, 36 Portarias da Presidência e 59 Portarias da Direção-Geral, bem como 30 informes e 26 notícias.

Instituiu-se porta-voz para assuntos da crise e reuniões diárias com publicações de Boletins na Intranet/WhatsApp. Houve informes com orientações sobre saúde e trabalho remoto emergencial, suspensão/interrupção de atividades presenciais. Para minimizar os efeitos deletérios, foram implantadas medidas de gestão de pessoas: Projeto Engaja TRE; realização de pesquisa para avaliar as percepções do trabalho remoto frente à situação de confinamento; mapeamento de servidores em grupo de risco; Projeto Escuta do Servidor; PQV na Quarentena; Plano de retomada para as atividades presenciais.

As medidas de resposta à crise foram agilmente implementadas, com intensa atuação do Gabinete de Crise. Constatou-se que, embora os meios de comunicação interna sejam simples e de livre acesso, os métodos adotados pelo TRE/SC conferem precisão às informações (time, clareza, coesão e transparência). A ação do porta-voz facilitou a interação, tornando célere a resolução de problemas. A comunicação das lideranças foi intensa em orientações ordinárias e procedimentais, no engajamento, participação e motivação dos servidores, de forma transparente e participativa, gerando um ambiente de confiança.

BIAZZI, F. Lições essenciais sobre liderança e comportamento organizacional: Transforme conhecimento em realização, eficácia e impacto. São Paulo: Labrador, 2017. FORNI, J. J. Comunicação em tempo de crise. In: DUARTE, J. Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a mídia: teoria e técnica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p.387-416. FRANÇA, V. V.; SIMÕES, P. G. Curso Básico de Teorias da Comunicação. Biblioteca Universitária. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016. KUNSCH, M. M. K. Comunicação organizacional estratégica: Aportes conceituais e aplicado. São Paulo: Summus, 2016.