Resumo

A construção civil é responsável pelos maiores consumos de recursos naturais e energia de forma intensiva, dessa forma, é de suma importância pensar em construções que contemplem soluções ecológicas com materiais ecoeficientes e economicamente atrativos, para que, além de uma alternativa sustentável, seja uma alternativa viável a todos, contendo métodos passiveis de utilização em habitações de interesse social- HIS. A Casa Popular Eficiente contempla essa ideia e juntamente com a APO, busca materializar a ideia de sustentabilidade e acessibilidade social e econômica.

A dinâmica das moradias está sendo direcionada para a área urbana e impacta no crescimento e demanda por novas habitações. O Brasil possui grandes problemas ligados a moradia e infraestrutura e esse problema tem-se agravado com as dinâmicas populacionais e dilemas sociais e econômicos da contemporaneidade. A busca por moradias e espaços que respeitem o meio ambiente, implementam novos desafios para a construção civil, dessa forma, o trabalho tem como objetivo apresentar a Avaliação Pós Ocupação da Casa Popular Eficiente da UFSM e corroborar com os estudos ligados a essa temática.

Iniciando nos anos 70 os debates sobre os impactos do homem na naturea, ainda tem muito a ser feito. A construção civil é responsável por cerca de 50% dos resíduos sólidos gerados pelas atividades humanas e a partir disso, torna-se necessário trabalhar sustentabilidade em todas as etapas do processo de construção, beneficiando o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. A Avaliação Pós Ocupação da Casa Popular Eficiente da UFSM, visa analisar os experimentos e materialidade presente para que possam ser introduzidas em habitações de interesse social- HIS.

A Avaliação Pós Ocupação vem sendo executada a partir do ponto de vista dos usuários, e baseia-se nos estudos de Abiko e Ornstein (2002) que organizou a avaliação em quatro subáreas: Avaliação dos aspectos funcionais, éticos e construtivos e avaliação do conforto ambiental. Sendo realizada desde 2016, após quatro anos de ocupação da residência, a APO do protótipo da CPE, terá encerramento em 2020.

São apresentadas nessa etapa do trabalho os resultados preliminares da Avaliação Pós Ocupação da Casa Popular Eficiente da UFSM, onde são abordados os experimentos: brise vegetal, sistema de calefação e ventilação cruzada, bem como os materiais presentes na casa: tijolo solo cimento, forro OSB, esquadrias de madeira, piso PVC, entre outros projetos que estão sendo aplicados no protótipo e sua funcionalidade.

A Casa Popular Eficiente sendo um protótipo de residência de interesse social aliada à construção de baixo impacto ambiental e baixo custo é uma alternativa às construções atuais tão agressoras ao meio ambiente e pouco pensada no conforto dos seus usuários. Demostra que é possível priorizar soluções sustentáveis ao mesmo tempo em que inova no modo de construir. Quanto ao que se refere à custos, todos os projetos testados e executados na CPE são pensados para serem economicamente viáveis, a fim de desmistificar a ideia de que métodos sustentáveis são caros.

ARAÚJO, M. L. M. Sustentabilidade das cidades: aspectos conceituais. R. RA ?E GA, Curitiba, n. 12, p. 145-152, 2006. Editora UFPR KOZLOSKI, C.L.; VAGHETTI, M.A.O. Casa Popular Eficiente: processo inicial e Considerações quanto a Avaliação Pós- Ocupação. Anais: ENSUS. UFSC. v.4. 2019. p. 648-657. ORNSTEIN, Sheila.W. Avaliação Pós-Ocupação (APO) no Brasil, 30 anos: o que há de novo? Revista Projetar. v.2.n.2. 2017. p.7-12.