Resumo

Título do Artigo

Certificação Orgânica e o Selo: (Des)vantagens, Segundo Produtores Ecológicos de Porto Alegre/RS
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Tema

Estratégia para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - HILDEBRANDO MAZZARDO MARQUES VIANA
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - Responsável pela submissão
2 - Tania Nunes da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - escola de administração

Reumo

A produção e a comercialização de produtos orgânicos e agroecológicos vêm crescendo nos últimos anos. Acompanhando esse crescimento e em parte gerado pelo mesmo, o processo de certificação da produção orgânica vem ganhando destaque e relevância junto aos produtores, consumidores, governos e público em geral. Para operar em determinados canais de venda a certificação é obrigatória, exceto na venda direta na propriedade, feiras e pequenos mercados locais, que têm outro mecanismo de controle.
Problema de pesquisa: qual a importância da certificação de produtos orgânicos para os produtores que comercializam em feiras agroecológicas? Como objetivo, esse estudo teve o de investigar a opinião de produtores que atuam em duas das vinte e duas feiras agroecológicas na cidade de Porto Alegre/RS, acerca do valor, vantagens, desvantagens, e sua avaliação sobre a obrigatoriedade da certificação e do uso do selo.
O artigo discute como os agricultores a influência da certificação orgânica nos processos de venda realizados em feiras agroecológicas, bem como outros mecanismos de certificação e confiança se manifestam, sejam através de relações sociais ou comerciais. Ao mesmo tempo provocam reflexão sobre o ato de consumir produtos orgânicos e traz uma leitura contemporânea dos conceitos de cadeias agroalimentares curtas, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, buscando relacionar isso ao processo de consumo de alimentos orgânicos, como resultado dessa reflexão.
Na primeira etapa foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada na análise de dados secundários. Num segundo momento foi feito o levantamento de produtores de alimentos orgânicos e outros participantes da cadeia, para a realização da coleta de dados primários, através de entrevistas semiestruturadas. Após buscou-se o entendimento e captura da perspectiva dos respondentes através da análise de conteúdo versus a revisão da literatura, sendo os dados obtidos organizados em forma de textos narrativos, identificando padrões e possíveis explicações de causas e efeitos.
O principal entendimento manifestado pelos produtores é o de que a certificação é um instrumento legal que legitima sua produção e comercialização. Essa posição, porém, não é unânime. A troca de experiências proporcionada pela convivência na certificação participativa foi uma vantagem enfatizada pelos produtores, mesmo pelos que possuem a emitida através de auditoria.
O estudo verificou que os produtores, especialmente aqueles que têm a certificação do tipo participativa, dão um elevado valor às relações propiciadas pelos grupos formados para o processo de certificação, à certificação em si, mas ainda entendem que o relacionamento pessoal é o principal fator de credibilidade nas suas relações comerciais, conceito reforçado quando ocorrem no ambiente das feiras agroecológicas. Apesar disso, alguns produtores preferem a certificação por auditoria, em função da velocidade e baixo envolvimento, apesar do custo representativo.
BAZZANI, C. e CANAVARI, M. Alternative Agri-Food Networks and Short Food Supply Chains: a review of the literature. Economia agro-alimentare, 2013. DALY, H. A Big Ideia. A State-Steady Economy. Economics. Towards a Steady-State Economy, IN: UK Sustainable Development Commision, abril de 2008. ELKINGTON, John. Cannibals with Forks: The Triple Bottom Line of 21st Century Businnes. New Society Publishers, 2001. MARSDEN, T. New rural territories: regulating the differentiated rural spaces. Journal of Rural Studies, v.14, n.1, p.107-117, 1998