Resumo

Título do Artigo

DECISÃO DE INVESTIMENTO ESTRATÉGICO EM EMPRESAS DE GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA
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Tema

Finanças sustentáveis, economia e contabilidade

Autores

Nome
1 - Levi Freitas Fernandes Távora
Universidade de Fortaleza - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - Afonso Carneiro Lima
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR - Programa de Pós-Graduação em Administração Responsável pela submissão

Reumo

Decisões estratégicas de investimento são desafiadores justamente por não fornecerem elementos necessários para análises objetivas ou satisfatoriamente projetáveis e, já que o investimento de capital é irreversível, decisões pouco fundamentadas podem levar ao colapso organizacional (ADEL; ALKARAAN, 2019; HARRIS et al., 2016). Além disso, decisões de investimento não estão pautadas apenas em aspectos financeiros, mas também se relacionam a aspectos estratégicos (aspectos setoriais, mercadológicos, institucionais e políticos) (ALKARAAN; NORTHCOTT, 2013; CARR; KOLEHMAINEN; MITCHELL, 2010).
Como o processo de tomada de decisão de investimento estratégico em geração eólica no Brasil é influenciado por suas principais variáveis? Como objetivo geral, tem-se: examinar o processo de tomada de decisão de investimento estratégico em geração de energia eólica no Brasil, à luz das principais variáveis influenciadoras.
Grant e Nilson (2020), por sua vez, concluíram que o processo de tomada de decisão é também influenciado por uma “atividade oculta” – a análise baseada na experiência –, em grande parte decorrente de processo intuitivo, fruto da combinação de experiências intuitivas e processos analítico-reflexivos. Resultado similar foi encontrado por Shepherd e Rudd (2014) em que o processo de tomada de decisão estratégico é permeado por insights, os quais oferecem maior eficácia na escolha das decisões estratégicas pelos executivos.
O roteiro de entrevistas, semiestruturado, contou com catorze questões abertas e fechadas que buscaram extrair dos entrevistados as informações necessárias para compreensão do processo de decisão estratégica de investimento. [...] A seleção das empresas para a pesquisa de campo foi guiada fundamentalmente pela acessibilidade dos autores a elas e pela representatividade delas no setor (potência instalada), totalizando em quatro empresas. Todas elas atuam na geração de energia elétrica por fonte eólica no País, juntas, responsáveis por 2.792 MW em potência instalada em ativos de geração eólica.
O segundo aspecto contemplado na análise de conteúdo, diz respeito a percepção da influência do ambiente externo de negócio no processo de tomada de decisão das organizações. As empresas indicam que por se tratar de um setor com forte regulação, os requisitos para o desenvolvimento e implantação de projetos, como por exemplo: licenciamento ambiental, emissão de outorgas, pareceres de acesso, dentre outros, influenciam negativamente o ambiente de negócio. “Os fatores governamentais, regulatórios e legais influenciam muito negativamente o ambiente de negócios, não há uma estabilidade.”
Foram identificados como fatores negativos o licenciamento ambiental, emissões de outorgas e pareceres de acesso. Quanto ao ambiente interno, as opções de investimento são analisadas e selecionados os melhores projetos para geração de energia ou que proporcionem vantagem competitiva, essas decisões estão concentradas no conselho executivo das empresas, com baixa influência dos demais níveis organizacionais. [...] Ainda a respeito dos riscos percebidos, observa-se uma preocupação quanto à elevada dependência do fornecedor do aerogerador [...]
GRANT, M.; NILSON, F. The production of strategic and financial rationales in capital investments: Judgments based on intuitive expertisele. The British Accounting Review, v. 52, 2020. HARRIS, E. P. et al. Theorising strategic investment decision-making using strong structuration theory. Accounting, Auditing & Accountabilitity Journal, v. 29, 2016. RODRIGUES, L. B.; PEROBELLI, F. F. C.; VASCONCELOS, S. Geração de energia eólica no Brasil: um investimento viável? Revista Brasileira de Economia de Empresas, v. 17, 2017.