Resumo

Título do Artigo

Indicadores de Uso Misto do Solo e Distribuição de Áreas Verdes Urbanas no Planejamento de Cidades Sustentáveis e Inteligentes em Países em Desenvolvimento
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - Mário Cesar Junqueira de Oliveira
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia Responsável pela submissão
2 - José Carlos de Jesus Lopes
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Escola de Administração e Negócios - ESAN
3 - Juliene Gonçalves de Almeida Garcia
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia
4 - Matheus Barros Furlan
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia
5 - Jullyana Neves Aramaqui
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia

Reumo

As cidades enfrentam desafios como o crescimento populacional, degradação ambiental e capacidade insuficiente em oferecer serviços e infraestrutura adequados. Diante disso, as Cidades Sustentáveis e Inteligentes têm recebido destaque nas agendas de desenvolvimento das nações, sendo particularmente importantes em países em desenvolvimento, que vivenciam taxas crescentes de urbanização. Esse desenvolvimento é orientado por um planejamento territorial integrado, que incentive formas compactas de expansão, promovendo o uso misto do solo e a e a distribuição de áreas verdes urbanas acessíveis.
A problemática deste artigo é: Quais características de uso do solo e distribuição de áreas verdes, aplicados ao desenho espacial de cidades, podem auxiliar o planejamento urbano de Cidades Sustentáveis e Inteligentes em países em desenvolvimento? O objetivo deste artigo é caracterizar o uso do solo e a distribuição de áreas verdes urbanas como atributos para o planejamento urbano espacial de Cidades Sustentáveis e Inteligentes em países em desenvolvimento.
A seleção de indicadores urbanos envolveu pesquisa bibliográfica para identificação de atributos que caracterizam Cidades Sustentáveis e Inteligentes, resultando na relevância do uso misto do solo e da distribuição de áreas verdes urbanas, como os estudos de Yigitcanlar et al. (2015), Dhingra & Chattopadhyay (2016) e Garau & Pavan (2018). Esses indicadores, aplicáveis espacialmente em escala de bairro, relacionam-se com princípios de desenvolvimento sustentável de documentos reconhecidos: Carta do Novo Urbanismo, Nova Carta de Atenas, ODS 11 e Nova Agenda Urbana.
A metodologia desse trabalho envolveu a seleção e aplicação de indicadores urbanos relevantes para caracterizar o uso misto do solo e a distribuição de áreas verdes urbanas nos 74 bairros da cidade de Campo Grande (MS), caracterizando-a em aspectos relevantes de planejamento urbano espacial que representam o progresso rumo ao desenvolvimento urbano sustentável e a promoção de Cidades Sustentáveis e Inteligentes. Os indicadores selecionados foram o LUM, que representa o grau de uniformidade da distribuição do uso do solo por unidade de área, e a proporção de áreas verdes públicas e acessíveis.
A distribuição do uso misto do solo se mostrou heterogênea na cidade. A média foi de 0,53, que não é considerado um alto valor (>0,6). Evidenciou-se essa heterogeneidade no território urbano tendo em vista o maior valor (0,73), no Bairro Glória, e o menor valor (0,33), no Bairro São Conrado – considerados, respectivamente, valores alto (>0,6) e baixo (<0,4). A maioria dos bairros (93,2%) apresentou baixos percentuais de áreas verdes urbanas públicas (<25%). Três bairros apresentaram percentuais moderados, enquanto os bairros Sobrinho e Taveirópolis apresentaram percentuais alto e muito alto.
A caracterização de cidades através de indicadores urbanos é uma forma de avaliar o progresso rumo ao desenvolvimento sustentável e a promoção de Cidades Sustentáveis e Inteligentes. Considerar a escala de bairro visou à busca do entendimento do ambiente físico e da qualidade urbana para responder à rápida urbanização que ocorre em países em desenvolvimento. A análise dos indicadores revelou limitações no acesso igualitário a condições que representam melhores níveis de sustentabilidade e inteligência urbana e, consequentemente, melhores índices de qualidade de vida.
DHINGRA, M.; CHATTOPADHYAY, S. Advancing smartness of traditional settlements-case analysis of Indian and Arab old cities. International Journal of Sustainable Built Environment, v. 5, n. 2, p. 549–563, 2016 GARAU, C.; PAVAN, V. M. Evaluating urban quality: Indicators and assessment tools for smart sustainable cities. Sustainability (Switzerland), v. 10, n. 3, 2018. YIGITCANLAR, T.; KAMRUZZAMAN, M.; TERIMAN, S. Neighborhood sustainability assessment: Evaluating residential development sustainability in a developing country context. Sustainability (Switzerland), v. 7, n. 3, p. 2570–2602, 2015