Resumo

Título do Artigo

O PAPEL DOS VALORES CULTURAIS NA DIVULGAÇÃO DE CARBONO: UMA PERSPECTIVA GLOBAL
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Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Alan Bandeira Pinheiro
- Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria Responsável pela submissão
2 - Raquel da Silva Arruda
Universidade Federal do Ceará - Feaac
3 - Thicia Stela Lima Sampaio
- FEAACS
4 - WENDY BEATRIZ WITT HADDAD CARRARO
- Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

A divulgação de informações de carbono tem ganhado uma atenção adicional de gestores, investidores e clientes, bem como de órgãos internacionais como Organização das Nações Unidas e Fórum Econômico Mundial. Diante disso, as empresas têm inserido em seus relatórios oficiais informações acerca de suas emissões de carbono, bem como têm preenchido questionário, como o da Carbon Disclosure Project.
Apesar dos avanços nos estudos sobre fatores determinantes da divulgação de carbono, diversos estudos examinam apenas fatores internos da própria organização, como características de governança corporativa e desempenho financeiro. Diante dessa constatação, novos estudos devem investigar fatores externos às organizações que afetam o nível de divulgação de carbono. Para tanto, essa pesquisa tem como pergunta direcionadora: Qual é a influência dos valores culturais sobre a divulgação de carbono das empresas?
No contexto atual das organizações, suas estruturas são ditadas tanto por seu modelo de gestão, como por seu comportamento e forma de se adaptar à novas tendências, contingências e complexidades, como as pressões dos stakeholders. A Teoria Institucional ganha espaço nos estudos organizacionais por buscar promover formas de compreensão e formas de agir das organizações, passando a ser ponto focal de pesquisas em diferentes áreas, como na ciência política, na economia e na sociologia. No presente estudo, essa teoria foi escolhida como lente teórica para a explicação dos achados.
Esse artigo analisou uma amostra de 1579 empresas, sediadas em 19 países. Para compor os valores culturais dos países, foi utilizado o framework de Hofstede (1983). Nesse framework, o autor aponta que quatro características medem o sistema cultural de um país: distância ao poder; individualismo; masculinidade; e aversão à incerteza. Como variáveis de controle, a pesquisa selecionou três variáveis: importância da religião, confiança em pessoas de outras religiões e o índice de desenvolvimento humano do país. Os dados foram analisados através de regressão hierárquica de dados.
Os resultados desse estudo dialogam com a Teoria Institucional, ao evidenciar que o comportamento ambiental das empresas é moldado pelo ambiente cultural que elas estão operando. Os achados contribuem para a literatura, uma vez que evidenciam que em países com instituições mais hierarquizadas, as empresas são desencorajadas a ter uma maior atuação na divulgação de carbono. Adicionalmente, em culturas mais individualistas, as empresas também têm menor divulgação de suas emissões de carbono. Em países com maior tolerância à diversidade cultural, as empresas divulgam mais informações de carbono.
Essa pesquisa confirma o pressuposto da Teoria Institucional, que afirma que o comportamento das empresas é moldado pelo contexto nacional do país. Os resultados dessa pesquisa podem ser usados por gestores ao definir suas políticas corporativas de divulgação. Gestores devem entender como funciona a dinâmica institucional do país, especialmente os valores culturais da sociedade, antes de iniciar novos negócios. Legisladores podem incentivar uma maior transparência das informações das emissões de carbono ao criar um prêmio nacional.
Garcia-Sanchez, I. M., Cuadrado-Ballesteros, B., & Frias-Aceituno, J. V. (2016). Impact of the Institutional Macro Context on the Voluntary Disclosure of CSR Information. Long Range Planning, 49(1), 15–35. García-Sánchez, I. M., Rodríguez-Ariza, L., & Frías-Aceituno, J. V. (2013). The cultural system and integrated reporting. International Business Review, 22(5), 828–838.