Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE COMPARATIVA DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES AGROPECUÁRIOS E DE DESMATAMENTO DO SUDESTE DE MATO GROSSO
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Tema

Políticas Públicas para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Liana Mendonça Goñi
Universidade Federal de Rondonopolis - Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental Responsável pela submissão
2 - Jonathan Aquino
Universidade Federal de Rondonópolis - UFR - Campus de Rondonópolis
3 - ROBERTO FREITAS TORMA
Universidade Federal de Rondonopolis - UFR
4 - Marcos Túlio Dourado Lima
Universidade Federal de Rondonópolis - UFR - Rondonópolis
5 - LUIS OTÁVIO BAU MACEDO
- UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

Reumo

Na década de 1970, a agricultura brasileira já apresentava ampliação dos índices produtivos agrícolas, abrindo o mercado interno para a produção industrial e a novas áreas para produção. Não demorou muito para os reflexos negativos da agricultura da especialização amadurecessem (MAROUELLI, 2003). Em paralelo à modernização da agricultura, surgem as preocupações com a sustentabilidade (NAVARRO, 2001). Mato Grosso é o estado do Brasil que apresenta atualmente um severo desafio em termos de sustentabilidade da agropecuária e reflexos negativos do desmatamento.
introdução da agricultura moderna no Centro-Oeste brasileiro. Na década de 70, a região passa a ser polo de desenvolvimento econômico e atrai recursos e investimentos rurA região apresenta indicadores de perda de cobertura arbórea superiores às localidades de fronteira agropecuária mais recente, o que delineia a tendência de uso dos recursos naturais pelo agronegócio. O objetivo do estudo é comparar e analisar a evolução dos indicadores apresentados nos censos agropecuários de 2006/2017, em relação ao processo da perda de cobertura arbórea.
Além dos efeitos sociais, a expansão do modelo de produção comercial determinou a ampliação das externalidades negativas ambientais. A destruição dos biomas deu-se por diversos fatores: queimadas, crescimento não planejados de áreas urbanas e a expansão de fronteiras agrícolas (SILVA e LIMA, 2018). Rondonópolis recebeu grandes empresas do agronegócio, agroindústrias (1960/70) e consolidaram a região em um grande polo da economia agropecuária do país. Os principais produtos da lavoura temporária em 2017 do Sudeste são: algodão 160283/ha, soja 1246976/ha e milho 730107/ha.
A pesquisa possui dimensão comparativa e descritiva, sendo que as características econômicas e produtivas dos estabelecimentos agropecuários da Mesorregião Sudeste foram levantadas com base nos censos agropecuários de 2006 e 2017 (IBGE, 2006; 2017a) e os dados de desmatamento para os dois anos de referência, no sítio online Global Forest Watch (GFW).
Primavera do Leste obteve maior variação em números de estabelecimentos destinados às atividades agropecuárias (32%), financiamentos com 74,6%, números de tratores 564% de crescimento e em número de veículos 137% de aumento. Alto do Araguaia em primeiro com crescimento 107,5% e lavouras temporárias Primavera do Leste com 107% em lavouras permanentes. O rebanho bovino Rondonópolis teve maior variação (26%). Foram analisadas a PCA anual e Rondonópolis (61,9%) e Alto Araguaia (35,48%), são as duas microrregiões com maiores índices de perca de cobertura arbórea do Sudeste nos anos de 2006 e 2017.
Os resultados da análise revelaram que há uma magnitude de convergência entre os índices de desmatamento e o avanço nos índices agropecuários: incremento de 11,40% no número de estabelecimentos rurais, aumento de 9,67% na taxa de financiamento rural, elevação do índice de pessoal ocupado em 12,97% e significativa majoração no estoque de capital físico e custeio de máquinas e implementos agrícolas de 15,88% e tratores 15,91%. Essa evolução foi acompanhada de maiores áreas destinadas às lavouras temporárias (15,06%) e pecuária (9,96%) em hectares em áreas do bioma Cerrado.
MAROUELLI, R. P. O desenvolvimento sustentável da agricultura no cerrado brasileiro. 2003. 64f. Monografia (Especialização Lato Sensu, modalidade MBA, em Gestão Sustentável da Agricultura) - ISEA-FGV/ ECOBUSINESS. Brasília: DF, 2003. NAVARRO, Z. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do futuro. Revista Estudos Avançados. São Paulo. v. 15, n. 43, 2001, p. 83-100. SILVA, C. A.; LIMA, M. Soy Moratorium in Mato Grosso: Deforestation undermines the agreement. Land Use Policy, v. 71, p. 540–542, 2018.