As Organizações Não Governamentais (ONGs) são organizações privadas que não possuem fins lucrativos e são autônomas tendo em vista que não possuem vínculos com o governo. Elas necessitam de doações para manter suas atividades, que no caso podem ser doações privadas, doações governamentais e doações de agencias cooperação, porém, em sua grande maioria são compostas pelas privadas. E embora seja dependente de doações, elas ainda são capazes de empregar pessoas, contando com uma média 12 pessoas por entidade no Brasil.
Diante do exposto, sobre a importância das ONGs para a sociedade, surge a seguinte indagação: As práticas atuais adotadas no modelo de gestão administrativa de ONGs são efetivas? Diante do questionamento apresentado segue-se com o objetivo de identificar a efetividade das práticas do atual modelo de gestão administrativa das ONGs de Sobral – CE.
Tradicionalmente, as ONGs atrelavam-se a problemas locais de questões maiores, e não tinham uma participação tão ativa de outros setores. Devido não serem parte dos governos, e nem terem fins lucrativos, as ONGs apresentaram-se como uma “terceira via” na sociedade, diferente de governos ou empresas, e logo ganharam a alcunha de “terceiro setor” .Em decorrência das características próprias e da diversidade na área de atuação, as práticas de gestão das ONGs acabaram tendo um crescimento, resultando em um maior esforço gerencial dos gestores
O estudo se trata de uma pesquisa qualitativa, feita por meio de um estudo multicaso com três instituições sociais localizadas em Sobral – CE, fazendo uma entrevista com seus gestores. Quanto ao método de estudo, trata-se de multicaso. O instrumento utilizado para extrair informações dos contextos foi uma entrevista semiestruturada. Entrevistou-se os gestores de três ONGs, sediadas no município de Sobral – CE. Os mesmos foram questionados através de uma entrevista semiestruturada. . As entrevistas ocorreram nos dias 11, 12 e 14 de maio de 2021 pelo Zoom.
O marketing e o planejamento da instituição também receberam notas relativamente baixas. As ONGs estudadas possuem algum tipo de planejamento, uma vez que há algum tipo de planejamento mesmo que informal, e os gestores sabem quais os objetivos devem ser realizados, possuem algum tipo de monitoramento, mesmo que seja externo. As instituições estudadas centralizam bastante suas decisões entre seus gestores, impedindo a criação de uma gestão descentralizada.
Os resultados mostraram uma consciência dos gestores sobre as funções de gestão aplicadas às instituições, bem como a necessidade de melhorias contínuas. Em suma, percebe-se que as respostas foram positivas quanto à efetividade das práticas administrativas. Percebeu-se alguns pontos de atenção quanto às práticas administrativas das ONGs estudadas, sobretudo voltados para o relacionamento com os voluntários e/ou funcionários das instituições, que além de serem considerados como uma variável de “média importância”, também não recebem treinamentos.
CABRAL, H. D. S. Terceiro Setor – gestão e controle social. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
FERNANDES, R. C. Privado porém Público. O Terceiro Setor na América Latina. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.
IPEA. Organização Não Governamental. 2017. Disponível em: https://mapaosc.ipea.gov.br/ajuda.html. Acesso em: 14 abr. 2021.