Resumo

Título do Artigo

O MICROCRÉDITO COMO INSTRUMENTO DE INOVAÇÃO SOCIAL: O CASO DO PROGRAMA CREDIAMIGO DO BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Joelma Leite Castelo
- Universidade Federal do Ceará - UFC Responsável pela submissão
2 - Sandra Maria dos Santos
- Universidade Federal do Ceará
3 - Leticia de Alencar Santos
- Feaac- Faculdade de Economia, Administração, Atuaria e Contabilidade
4 - Samuel Leite Castelo
Universidade de Coimbra - Faculdade de Economia

Reumo

A busca por novas alternativas sustentáveis na solução de problemas sociais, mediante adoções de práticas que propiciem mudanças nas instituições e nos agentes, visando à melhoria da qualidade de vida e à inclusão social de grupos excluídos, é entendida como inovação social (BIGNETTI, 2011). O microcrédito, o movimento do comércio justo e as atividades culturais são exemplos de inovações sociais identificados na literatura (MULGAN, 2006). O diferencial das microfinanças, como forma de finanças, reside na criação do valor social, sendo reconhecida mundialmente como uma inovação de investimento
Com o propósito de obter maior entendimento sobre o impacto da inovação social proveniente dos beneficiários do microcrédito, tem-se a seguinte questão: Como avaliar a inovação social proveniente da concessão de microcrédito, em termos de tipologia, profundidade e cobertura, de seus beneficiários? O estudo tem como objetivo avaliar a inovação social proveniente da concessão de microcrédito, em termos de tipologia, profundidade e cobertura, de seus beneficiários, fundamentando-se na escala de classificação da inovação social elaborada por D’Amario e Comini (2020).
Observa-se como lacuna teórica estudos quantitativos que possibilitem evidências úteis sobre o impacto social do microcrédito por meio do desenvolvimento de capacidades de seus beneficiários (MAHMUDA, BASKARAN; PANCHOLI, 2014, MOLNÁR, 2017). Para tanto, justifica-se a escolha como lente teórica o estudo de D’Amario e Comini (2020), que proporciona a classificação das inovações sociais por meio de sua escala de avaliação, contemplando três dimensões: tipologia (produtos, processo, marketing e organizacional), profundidade (disruptiva, institucional e incremental) e cobertura de análise.
Trata-se de uma pesquisa de campo, realizada por meio de um estudo de caso. A tipologia da pesquisa é de natureza mix (quali-quati). O estudo se caracteriza como descritivo e exploratório. Conforma um survey, realizado com 38 beneficiários do programa de microcrédito urbano do Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB) – o Crediamigo, na unidade Grande Bom Jardim do município de Fortaleza (CE). Para o tratamento de dados quantitativos realizou-se uma estatística descritiva e para os dados qualitativos análise de conteúdo de Bardin (2016).
Os resultados da pesquisa evidenciam que as ações de inovação social promovidas pelos beneficiários da unidade Grande Bom Jardim (CE), do Programa Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil S.A., promovem inclusão social e econômica de pessoas em situação de vulnerabilidade social, como: geração de empregos adicionais, empoderamento e melhora na qualidade de vida, caracterizando inovações incrementais e institucionais em termos de profundidade, do tipo de inovações de produto e/ou serviço, por meio de implementação de novos métodos de marketing e de cobertura local.
O presente estudo contribui na discussão sobre políticas públicas de desenvolvimento social, ao evidenciar o papel das microfinanças no fomento de inovações sociais por meio da avaliação do impacto social de seus programas (MOLNÁR, 2017). Além disso, foram analisados os tipos/alcance de inovações sociais, proporcionando evidências empíricas a empreendedores sociais ou novos microempreendedores na melhor alocação de seus recursos organizacionais, corroborando com o resultado de outros estudos (ZIEGLER, R. et al., 2017; FOROUDI, P. et al., 2020).
D'AMARIO, E. Q.; COMINI, M. G. Social Innovation in Brazilian Social Entrepreneurships: A Proposed Scale for its Classification. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 22, n. 1, p. 104-122, 2020. MAHMUDA, I.; BASKARAN, A.; PANCHOLI, J. Financing social innovation for poverty reduction: a case study of microfinancing and microenterprise development in Bangladesh. Science, Technology and Society, v. 19, n. 2, p. 249-273, 2014. MOLNÁR, G. Capability building combined with microcredit: the loan alone is insufficient. Journal of Social Entrepreneurship, v. 8, n. 3, p. 354-374, 2017.