Resumo

Título do Artigo

BARREIRAS E FACILITADORES À ADOÇÃO DE TECNOLOGIAS LABORATORIAIS QUE SUBSTITUEM ANIMAIS EM PESQUISA
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Erika Borgonovo Barrote
Universidade de São Paulo - USP - FEA SP Responsável pela submissão
2 - Eduardo Pinheiro Gondim de Vasconcellos
Universidade de São Paulo - USP - FEA

Reumo

Crescem as manifestações mundiais para que o uso de animais em laboratório acabe. As pressões fazem com que empresas tornem-se sensíveis aos riscos financeiros, além de se intensificar a cobrança sobre congressistas para que aprovem legislações regulatórias severas à experimentação animal. A própria comunidade científica tem observado que os modelos animais nem sempre predizem os efeitos em humanos. Surgem, então, as tecnologias laboratoriais chamadas de métodos alternativos, que eliminam totalmente o uso de animais em pesquisas.
Esse artigo tem como foco contribuir para a adoção de metodologias que não usam animais na área laboratorial, denominadas metodologias alternativas de substituição. Para que os resultados sejam alcançados, foi definido como objetivo específico: Identificar as barreiras e facilitadores mais importantes para a adoção métodos alternativos substitutivos.
Stokes (2015) afirma que milhares de produtos químicos, todos os anos, precisam ser submetidos a testes de segurança para determinar se são: letais, tóxicos, capazes de causar sensibilização, irritação na pele ou, se causam danos à epiderme ou à córnea. Esses experimentos usam animais, levando-os a morte. Estudos mostram que um mesmo teste em diferentes espécies tem resultados menores que 60% de correlação. Já há grande reconhecimento da comunidade científica de que testes in vitro (sem uso de animais) podem ser mais efetivos do que testes in vivo, para confiabilidade e custos.
Como estratégia de pesquisa por meio de 10 entrevistas semi-estruturadas, com base em 14 fatores (barreiras e facilitadores), extraídos da literatura das áreas de administração de empresas e de pesquisa laboratorial. Os participantes foram convidados a opinar sobre a importância de cada fator, comparando-os nos métodos: alternativo e o animal. Para isso, os entrevistados responderam a três questões. Em qual método esse fator é melhor? Quanto esse fator é melhor no método escolhido em comparação com o método não escolhido. As maiores notas são facilitadores e as menores, barreiras.
A maior barreira encontrada no estudo de adoção de métodos alternativos, os “altos custos”, condiz com os achados da literatura de métodos cutâneos, mas discorda da literatura de métodos oculares que aponta o baixo custo como vantagem dessa tecnologia. A segunda barreira apontada na pesquisa foi a “maior dificuldade de validação” que métodos alternativos apresentam. Já os dois facilitadores principais a adoção de métodos alternativos apontados pelos entrevistados são: a “menor pressão social e a melhoria de imagem da empresa” e a “maior colaboração entre organizações” dos métodos alternativos.
A conclusão desse trabalho é que: os barreiras e facilitadores de maior importância se inter-relacionam. Apesar desses fatores terem aparecido em destaque nos resultados, a explicação da importância de cada um tem raízes com os outros fatores. Por exemplo: a dificuldade de validação tem relação direta com custos altos, colaboração entre instituições e menor pressão social com melhoria de imagem da empresa e de seus produtos em seu mercado de atuação.
Alépée, N., Bessou-Touya, S., Cotovio, J., de Smedt, A., de Wever, B., Faller, C., … McNamee, P. (2013). Cosmetics Europe multi-laboratory pre-validation of the SkinEthicTM reconstituted human corneal epithelium test method for the prediction of eye irritation. Toxicology in Vitro, 27(5), 1476–1488. https://doi.org/10.1016/j.tiv.2013.02.009 Ávila, R. I., & Valadares, M. C. (2019). Brazil moves toward the replacement of animal experimentation. Alternatives to Laboratory Animals, 47(2), 71-81. doi: 10.1177/0261192919856806. Angelo, C. (2019). Brazil freezes science spending. Nature, 568, 155–15